domingo, 30 de outubro de 2011

O DEUS


Para a Religião Antiga, existe um Princípio Criador, que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades, que deram origem ao Universo e a todas as formas de vida.

Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da Deusa, sendo seu complemento, e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe todos os dias, o Deus nos mostra os mistérios de Morte e do Renascimento. Na Religião Antiga, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce se torna adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, eles fazem amor, a Deusa fica grávida, o Deus morre no inverno e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide com os ciclos da Natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida. Para alguns, pode parecer meio incestuoso que o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso perceber o verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram, e, para ele, tudo retornará. E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens, pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a Humanidade.


A Deusa e seu Consorte vivem em total equilíbrio e igualdade, muitas das estatuetas e pinturas rupestres da antiguidade mostravam a Deusa rodeada por Animais completamente masculinos, como leões e veados, outras estatuetas tinham espécies de corpos mórficos, uma mistura do masculino e do feminino em um só ser.

Na maioria dos Mitos o Deus nasce da Deusa depois se torna seu consorte (marido), trazendo à tona a fertilidade, vive em harmonia com ela depois morre seguindo o ciclo da Vida, morte e renascimento. Não somente como o Sol o Deus esta representado em muitas faces na Natureza, principalmente na sua face indomável, que exemplifica a fase do homem como caçador-coletor representado por um ser com aspecto humano, porém com chifres, chifres esses de Alce, mostrando ainda um animal selvagem.




Uma segunda divindade representando os aspectos masculinos da criação também é celebrada. Ele é o Deus Cornífero, chamado muitas vezes simplesmente de o Deus, protetor das florestas e dos animais que presidia principalmente a caça. Seu culto foi proeminente no Paleolítico, há aproximadamente 12 mil anos atrás, onde os homens o representaram nas paredes das cavernas.

Desta forma, mesmo sendo considerada uma religião centrada no Sagrado Feminino, a Religião Antiga é baseada na dualidade que reflete o equilíbrio e energia da natureza. A Deusa é considerada a doadora da vida enquanto o Deus é o fertilizador. 


O Deus Cornífero é o filho e consorte da Deusa. Ele é o senhor da fauna e da flora e também o protetor da criação da Deusa.

É necessário deixar claro que a visão do Deus para a A Religião Antiga em nada se parece com o patriarcal Deus expresso pelas religiões judaico-cristãs. O Deus da Bruxaria é vivo, forte, sexual, ligado aos animais, não sendo em nada semelhante ao assexuado e transcendental Deus monoteísta. Ele representa tudo o que é bom e prazeroso como a vida, o amor, a luz, o sexo, a fertilização. 



Com a chegada do Cristianismo na Europa com todo o seu conjunto de pecados, proibições e tabus sexuais, o Deus Cornífero foi transformado na figura do Demônio e do mal pelos primeiros cristãos. Até então o Diabo jamais tinha sido representado com chifres na cabeça e isso só aconteceu para denegrir a imagem do Deus dos Bruxos.

Os chifres não são um sinal de maldade, como querem os cristãos. Antes disso, os chifres são um sinal de virilidade, de força e de vontade. Grande parte dos animais mais viris possuem chifres, como o touro. Por isso o Deus Cornífero também os tem, pois ele é o Deus das Bestas, o Deus dos Bosques, o Senhor de Tudo o que é Livre e Selvagem. Ele é o Caçador, Deus conquistador, da Vontade, das Jornadas e da Liberdade.



O Deus Cornífero orna chifres em sua cabeça não por ser o Diabo, pois Bruxos nem nele acreditam, mas por causa da sua ligação com os animais e a caça. Ele não é de nenhuma forma o Demônio e muito menos é o Deus cristão.

Por ser simbolizado pelo próprio Sol, o Deus mostra suas diferentes faces através da viagem do astro pelas 4 estações do ano. Isto reflete as mudanças dos ciclos sazonais. Ele nasce no Solstício de inverno como um jovem bebê, cresce na Primavera e tornado-se um jovem viril, no verão ele atinge sua maturidade e no outono torna-se o sábio Ancião e se prepara para retornar ao ventre da Deusa e renascer no primeiro dia do inverno.


O Deus Cornífero é o deus fálico da fertilidade. Geralmente é representado como um homem de barba com casco e chifres. Ele é o guardião das entradas e do círculo mágico que é traçado para o ritual começar. É o Deus que morre e sempre renasce. Seus ciclos de morte e vida representam nossa própria existência.

Com o passar do tempo, à medida que a humanidade se tornava sedentária, passando da fase coletora para o desenvolvimento de uma agricultura e a domesticação de animais, surgem as imagens do Deus com chifres de touro e de bode. Em todo caso, todas essas imagens o representam como o Deus portador da renovação e da virilidade.


O antigo Cornífero é o Caçador das Florestas, o Homem Verde, o Senhor dos Animais, o ctônico e escuro Senhor das Sombras que habita o submundo, o Senhor da Morte. O Deus em seu único aspecto celeste representa o Sol – representando o pilar masculino, porém seus principais atributos, que o concretizam como o Deus da Bruxaria, são esses citados.

Com o surgimento da agricultura, o Deus torna-se associado às culturas agrícolas, como o Senhor das Colheitas, que se oferece em sacrifício para que a humanidade possa sobreviver. A origem dos ritos da comunhão é muito antiga, quando o povo consumia a natureza divina transformada em pão e vinho, unindo-se ao seu espírito. Esses ritos estavam intimamente ligados aos mistérios da transformação e reencarnação, e eram retratados nos ciclos do reino vegetal e no mito da Roda do Ano.


O culto aos Deus Cornífero surgiu entre os povos que dependiam da caça, por isso Ele sempre foi considerado o Deus dos animais e da fertilidade, e ornado com chifres, pois os chifres sempre representaram a fertilidade, vitalidade e a ligação com as energias do Cosmos. Além disso a Bruxaria surgiu entre os povos da Europa, onde os cervos se procriam com extremada abundância, por isso eram freqüentemente caçados, pois eram uma das principais fontes de alimentação.

É o amante e filho da Deusa, o senhor dos cães selvagens e dos animais. É ele que desperta-nos para a vida depois da morte. Representa o Sol, eternamente em busca da Lua. Seus chifres na realidade representam as meias-luas, a honraria e a vitalidade.

Ainda hoje existe muita confusão a cerca da Bruxaria e isto se deve a Igreja Medieval que transformou os Bruxos antigos em Feiticeiros do Demônio, por conveniência.


Os chifres sempre foram tidos como símbolo de honra e respeito entre os povos do neolítico. Os chifres exprimem a força e a agressividade do touro, do cervo, do búfalo e de todos animais portadores dos mesmos. Entre os povos do período glacial uma divindade era representada com chifres para demonstrar claramente o poder da divindade que o possuía.

Quando o homem saia em busca de caça, ao retornar à sua tribo colocava os chifres do animal capturado sobre a sua cabeça, com a finalidade de demonstrar a todos da comunidade que ele vencera os obstáculos. Graças a ele todo clã seria nutrido, ele era o "Rei". O capacete com chifres acabou por se tornar em uma coroa real estilizada.

Os chifres sempre foram representações da luz, sabedoria e conhecimento entre os povos antigos. Portanto como podemos perceber, os chifres desde tempos imemoráveis foram considerados símbolos de realeza, divindade, fartura e não símbolo do mal como muitos associaram e ainda associam-nos.


O Deus Cornífero é relacionado ao Sol, assim como a Grande Deusa é relacionada à Lua. Sendo visualizado como o Sol, Suas faces estão ligadas a ele. Embora o Cornífero tenha muito mais faces, normalmente o "dividimos" em dois aspectos, da mesma forma que a Deusa possui inúmeras faces, mas nós a "dividimos" em três. Assim, as duas faces do Deus Cornífero são de Deus do Ano Crescente (Filho das Estrelas, Rei Carvalho), correspondendo à metade mais quente do ano e de Deus do Ano Minguante (Filho da Serpente, Rei Azevinho), correspondendo à metade mais fria. Isso ocorre porque para os povos antigos, notadamente os agropecuários, haviam apenas duas estações do ano: verão (Ano Crescente) e inverno (Ano Minguante), e a elas estavam relacionados os fenômenos climáticos.


A Sua face de Deus do Ano Crescente é a sua face "luminosa", enquanto que a sua face de Deus do Ano Minguante é a sua face "trevosa". Para a Bruxaria não há conflito entre luz e sombras e esse é um dos muitos paradoxos que o Deus Cornífero apresenta, entre tantos outros. Luz e sombras são aspectos complementares um do outro e devemos sempre conhecer e vivenciar ambos. Essa é uma das mensagens mais importantes que Ele nos passa.

O Ano Crescente começa em Beltane (1o de Maio no norte e 31 de Outubro no Sul) e termina em Samhaim, também chamado de Halloween (31 de Outubro no Norte e 1o de Maio no Sul). Em Samhaim, Ele morre para depois ressuscitar e dar continuidade aos ciclos naturais. E esse é mais um aspecto paradoxal que o Deus Cornífero representa: o de Deus Sacrificado.


Assim como luz e sombras são "opostos complementares", morte e vida também o são. Para que haja vida é preciso que haja morte. A roda do ano deve estar completa, seguindo seu movimento natural. Por isso o Deus Cornífero morre quando chega o inverno. Para haver toda a efervescência do verão é preciso haver calma e repouso no inverno, da mesma forma que depois de um dia inteiro se praticando esporte freneticamente precisamos de algumas horas de descanso e que depois de um dia inteiro de trabalho é preciso de oito horas de sono. A morte do Deus Cornífero é uma morte à serviço da Vida. É uma morte precedida do renascimento.

Significa que tudo um dia volta para o lugar de onde surgiu, que é o ventre da Deusa, de onde viemos e para onde voltaremos. O fato do Deus Cornífero morrer e renascer do mesmo , representando o Infinito. "Do pó veio, ao pó voltarás." Desse modo, não se vê conflito em Ele engravidar a Deusa, se vermos a questão pelo seu lado simbólico. E o fato de Ele ser o seu próprio pai reforça a idéia de que tudo tem a mesma origem e o mesmo caráter. Não há diferença entre criador e criatura, "como é em cima, é embaixo."


A representação do Deus com chifres deve ter começado porque em certos povos antigos, os caçadores portavam em suas cabeças os chifres dos animais caçados anteriormente. Acreditava-se assim que o caçador adquiriria toda a força daquele animal. Além disso, as chifres que ele usava na cabeça, o ajudavam a se camuflar nos bosques, auxiliando as suas caçadas.

Mas o Deus Cornífero não é apenas um Deus dos Bosques e dos Animais. É também um Deus da Fertilidade, o Senhor da Colheita. Como o Deus Sacrificado, ele era importante para as plantações, pois representava o verão e o inverno, os fluxos climáticos da Natureza, tão importantes para os povos agrícolas.


Ele é um Deus profundamente ligado ao mundo natural. Isso é importante, pois a Bruxaria é uma religião de aspecto imanente, mais do que transcendente, e sempre vemos nossos Deuses na Natureza. E, como a Natureza nunca é estática, mas sempre viva, sempre se transformando, mudando a cada dia, o Deus Cornífero é um Deus do Movimento e da Mudança. Não à toa ele é um Deus Sacrificado. Vive para morrer; morre para viver.

Separar o casal sagrado é praticamente matar a ambos.

E o velho sábio vai murchando e se transforma no Senhor da Morte... ele que é o Senhor de Dois Mundos, pois no ventre dela, de volta, ele vive sua morte e a própria ressurreição. Mistério e segredo, morte e retorno, Ele é o que atravessa os portais dos quais Ela é a Senhora. Ele, o Caçador, que também faz o papel de Ceifador... Ele que ronda o leito dos moribundos e dança a dança da morte. O Senhor dos esqueletos.

Ele que na dança da morte retoma o brilho do sol e sua face negra se ilumina, em uma explosão impossível de conter, e Lugh nasce outra vez...

Ele que é Pai, Filho, Bebê Iluminado, Amante Selvagem, Sábio Educador... ele, o Deus que se revela apenas pela Deusa.



Ele é o Senhor do Submundo, o Caçador, o Pastor e o Curandeiro, na sua face do Inverno. Ele é o Sol renascido no Solstício de Inverno que traz vida e alegria, mas também o Senhor da Luz e da Morte.

No tempo dos nossos antepassados, os chifres foram sempre tidos como símbolo de honra e respeito entre os povos do neolítico. Os chifres exprimem a força e a agressividade do touro, do veado, do búfalo e de todos animais portadores dos mesmos. Entre os povos do período glacial uma divindade era representada com chifres para demonstrar claramente o poder da divindade que o possuía.

O Deus Cornífero é então o mais alto símbolo de realeza, prosperidade, divindade, luz, sabedoria e fartura. É o poder que fertiliza todas as coisas existentes na terra A Conexão com o Sagrado Masculino para o Bruxo é tão importante quando a Conexão do Sagrado Feminino para a Sacerdotisa. Ambos são atos Sagrados indispensáveis na vida Sacerdotal de um bruxo.
Pois nesta mesma, você se Conecta com o seu Deus Interior, o Gamo que abita sua Alma, e se Conectando com Este, você estará se Conectando com sigo mesmo, aprendendo os Mistérios que cerca a Natureza Masculina e vislumbrando o seu Ser, em um Ato de amor a si mesmo e ao seu Fálo, que é mais que importante para todos nós, dentre a Sociedade .



Muitas pessoas se sentem inquietas quando o assunto é Sexo e Sexualidade, mas para o bruxo, o Sexo é algo tão Natural como beber da Fonte do Conhecimento cedida por Daghda. Para o bruxo (a) o Sexo é algo Natural, ele está presente em toda parte, ao nosso redor, em nossas vidas, e por isso é totalmente aceitável e cabível a discussão sobre tal.
Mas Sexo por Sexo se torna mundano, o que não é aceitável para um bruxo (a). Já que acreditamos que o Ato Sexual deve ser feito com total troca de energia. Mas por que fazer Sexo somente com atributo sentimental?!
Como Bruxos (as), devemos pensar da seguinte maneira:. O Sexo em Si é algo ENERGETICAMENTE Sagrado, pois há uma troca imensa de energia do Ser para o outro Ser. É como se no Ato Sexual um impregnasse o outro, doando um pouco de sua energia, vitalidade, virilidade. Sei que alguns diriam que a Deusa diz:. " TODOS OS ATOS DE AMOR & PRAZER SÃO MEUS RITUAIS ", para defender a idéia de Sexo somente por Prazer, mas um Bruxo sabe como que é importante essa troca de energia, que inunda a alma e fica impregnada em seu Campo Áurico.


O Deus Cornífero é então o mais alto símbolo de realeza, prosperidade, divindade, luz sabedoria e fartura. É o poder que fertiliza todas as coisas existentes na terra. A Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças vitais do Universo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

SAMHAIN A MORTE DO DEUS PARTE II



Os portais do Sìdhe estão abertos, a cada fenda na terra as fadas invernais sobem a superfície para se juntarem aos festejos humanos. A fogueira que aquece a carne infla os olhos, alimentando o espírito de esperança. Nela são jogados os objetos que representam a esperança e o sofrimento do clã, símbolos de renovação e cura. As feridas nesse momento cicatrizam-se rejuvenescendo a promessa feita, aquecendo o
coração partido e a busca de novos objetivos . O corvo gralha lá fora, reclamando pelo alimento, pelas oferendas dadas num gesto de agradecimento, lembrando-nos do nosso lado sombrio, a terra úmida e lodosa que criamos com os nossos pensamentos fúteis e sombrios, levando-nos a introspecção e a reflexão de nossos atos. Uma viagem sem igual aos caminhos do inconsciente, do lado sombrio que espreita a Bruxa (o), ao inimigo eterno e seu melhor companheiro.
Após passar por seu campo de sorte e infortúnios, o guerreiro colhe o aprendizado necessário e a noite passa, dando espaço a luz novamente, lembrando-nos que após a noite escura e sombria, sempre há o retorno de Bel com sua face brilhante e o conhecimento transmutado em sabedoria.


Samhain é um tempo de transição, como a terra se prepara para o tempo do Inverno e nos prepararmos para a nossa viagem através da escuridão do ano. Samhain é um tempo para refletir e lembrar nossos ancestrais, entes queridos, incluindo animais de estimação, que não andam mais nesta terra. É importante lembrar-se deles e falar seus nomes.
Samhain é um tempo de transição, quando começamos a nossa jornada através da escuridão do ano. Assim como Perséfone desceu aos infernos para guiar os espíritos dos que partiram, então descemos em nós mesmos para encontrar o caminho que nosso espírito tem de seguir. Este ano cresceu com a plenitude da vida e agora se esvai na sombra. Nossas almas descansarão no escuro como na roda das estações o ano faz a sua volta final. 


Samhain é a noite em que o Velho Rei morre e a Deusa Anciã lamenta sua ausência nas próximas seis semanas. O Sol está em seu ponto mais baixo no horizonte, de acordo com as medições feitas através das antigas pedras da Bretânia e da Irlanda, razão pela qual os Celtas escolheram esse Sabbat, em vez de Yule, para representar o Ano-Novo. Para os Antigos Celtas, esse dia sagrado dividi o ano em duas estações, Inverno e Verão. Samhain era o dia no qual começavam o Ano-Novo celta e o Inverno, por isso era um tempo ideal para términos e começos.
É o dia ideal para honrar os mortos, pois nele os véus que separam os mundos estão mais finos. Aqueles que morreram no ano passado e aqueles que estão reencarnando passam através dos véus e portais nesse dia. Os Portões das Sidhe estão abertos e nem humanos nem fadas precisam de senhas para entrar e sair.



Em Samhain, o Deus finalmente morre, mas sua alma vive na criança não-nascida, a centelha de vida no ventre da Deusa. Isto simboliza a morte das plantas e a hibernação dos animais, o Deus torna-se então o Senhor da Morte e das Sombras.

Marca a morte do Deus e a promessa de vida nova. Nesse dia nossa comunicação com ancestrais e entes queridos que já morreram está aberta, sendo lembrados com alegria. A Terra se recolhe, no inverno, para começar a renovação da vida.

O frio aumenta na terra, o Sol diminui sua intensidade, as folhas das árvores secam e caem.

É o período dos términos. Sementes caem na Terra e deixam o ventre da Deusa com uma esperança de vida

O fio que separa as estações, o fio que separa a morte da vida, é a Ultima Colheita. Onde honramos todos aqueles que já passaram por este mundo. É o véu que se solta para a comunicação com os espíritos familiares, seus ancestrais. É o momento do Calendário Sagrado que podemos comparar aqui no Hesmifério Sul com a época do Dia dos Finados, de Todos os Santos, Samhain, Halloweeen. 



A morte é profundamente significativa. Descobrindo o que ela é em si mesma, conheceremos o segredo da vida. Aquilo que continua além da sepultura somente pode ser conhecido por pessoas de consciência desperta. Quem está adormecido desconhece aquilo que está além da morte. Teorias há muitas, cada um pode formular sua opinião, porém o mais importante é experimentar diretamente tudo isso que pertence aos mistérios da morte.

Evocamos a medicina da purificação e limpeza, morte e renovação (renascimento) Celebraremos a esperança da vida na escuridão, a preparação para o período de renovação que chegará com o inverno.

Os elementos que influenciam são Ar e Terra. O Elemento Terra ajuda a estabilizar e manter, e essa influência é vital para a concretização de ideias e ideais. É a influência do passo-a-passo, os progressos que garantem avançar. Sua ênfase está no cuidado, mas isso tem de ser devidamente discernido. Caso contrário, pode desenvolver em excesso de prudência e serenidade. 


Samhain é um momento especial para todo tipo de oráculos, um momento para ouvir a sabedoria de nossa voz interna, adquirindo assim a capacidade para vislumbrar e modificar o futuro.

Com Samhain chega o inverno, o momento da escuridão, a hora de olhar nosso interior e nos conectar com nossa real sabedoria.

Desde os tempos antigos, pessoas no mundo inteiro celebram em comunidade as festividades que marcam o movimento cíclico da Grande Mãe; e ainda que muito do conhecimento antigo perdeu-se, chegou até nós o suficiente para nos fornecer a sabedoria das tradições.

Ao reconstruirmos a nossa espiritualidade, estamos gerando uma sociedade melhor para todos, tanto para os que se envolvem diretamente com o Caminho como para os que o fazem inconscientemente, porque de uma forma ou outra todos estamos evoluindo.

Ao caminharmos pelas antigas fendas da Deusa, encontramos a forma de resgatar aspectos de nós mesmos que havíamos esquecido e que agora cobram vida novamente.


A Grande Mãe Natureza nos oferece a cura, tanto para nós mesmos como para o planeta como um todo, e é a través das celebração dos Sabaths que nos unimos com a Mãe Terra de uma forma real e profundamente pessoal.

Nossa ligação com estes dias sagrados nos leva de volta ao lar, recuperando nesse caminho parte de nossa essência, que pela forma de vida atual perdeu-se ou esqueceu-se.

Em nosso mundo interno, o instinto e a intuição nos mostram um universo próprio de cada um, porém pintado com preciosos matizes pelas lendas, mitos e arquétipos; um mundo que se cria e se recria a través das mais belas historias que nos chegam do longínquo e antigo caminho que nossos ancestrais nos legaram.


Os Sabaths, as celebrações pagãs nos falam desse mundo interno e das necessidades e anseios de nossa alma: ser ativos participantes, autores e co-autores no trabalho da Grande Mãe que acontece ciclicamente.

Ao considerarmos e viver de acordo com o ciclo de morte, nascimento, maturação e morte novamente, ou seja respeitando os ciclos naturais da morte, nascimento, germinação, crescimento, frutificação, morte, e novamente nascimento, encontramos paz e serenidade.

Isto acontece porque estes ciclos são uma promessa de renovação pelo simples fato de considerarmos os processos de morte e renascimento.

Estar conectados conscientemente com estes ciclos, também nos conecta com nossa própria sabedoria, alcançando dessa forma uma conexão mais profunda e íntima com a Mãe Terra; nesse ponto, compartilhar esse entendimento, celebrando os festivais anuais com os outros, passa a ser uma forma sagrada de viver a Verdade de nossas origens.

Celebrar a Roda do Ano nos permite recuperar a certeza de que a Terra é sagrada, pois ela se transforma para nós na Deusa, na Grande Mestra que nos ensina todas as coisas.


Quando a conhecemos sob um prisma especial, por ser direto e pessoal relacionando os grandes mistérios com uma forma totalmente dinâmica de viver a espiritualidade, o universo transforma-se num lugar permeado da mais pura magia.

A experiência que as celebrações nos proporcionam, fazendo-o como nossos antepassados faziam, nos torna ativos na cura do planeta assim como de cada um de nós; sendo que si alcançamos a visão múltipla, vendo a Terra como sendo um organismo vivo, o corpo de nossa grande e sagrada Mãe, dificilmente faremos coisas que possam maltratá-la ou feri-la.

Ao celebrarmos a essência da Deusa que é a mesma que a nossa, veremos como se fecha a fenda que separou nosso eu consciente e nosso eu interior.

Estas celebrações são as tradições da família humana, pois muito antes da existência dos calendários, as pessoas o faziam como pontos de referência para o plantio e a colheita, vivendo assim de uma forma que assegurava e perpetuava a vida dos humanos.

Celebravam assim nosso lugar na Roda do Ano, usando como ponto de referência a imensa quantia de recursos que a Grande Mãe nos oferecia como doadora de alimentos.


Quando os raios do sol diminuem sua intensidade ao cair da tarde é o momento de nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer. Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, as sacerdotisas começam o semear de um novo dia. O Deus, que também descansa durante a escuridão, se prepara para um novo nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer


A Deusa vai ao Mundo das Sombras em busca do seu amado, que está esperando para nascer. Eles se amam, e desse amor, a semente da luz espera no útero da Mãe, para renascer no próximo Solstício de Inverno como a Criança da Promessa. A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivos para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita da evolução.

Celebrem e vivenciem todas as fases da vida, pois a Roda gira igual para todos, mesmo para aqueles que não estão conectados a ela. O ciclo eterno das transformações... Onde o fim representa o começo, abençoados pelo Céu, a Terra e o Mar!

O importante é reconhecer o seu legado, reverenciar a linhagem ancestral, preservar as tradições antigas e honrar sua sabedoria lembrando a frase de Kahlil Gibran: “Todos os que viveram no passado vivem em nós agora. Que possamos honrá-los como hóspedes valiosos”. 




Oração ao dia de Samhain

La fora está frio
Caia a chuva nesta noite
Noite sombria e de dor
A Deusa chora

Já não se ouve nada
O cantar dos pássaros
Estão perdidos ao vento
Só se escuta o silêncio que é pura dor

Esse prenúncio avisa a morte
A morte do Deus
O Grande Caçador e Senhor das Matas
Está morto

As matas estão de luto
As flores morrem
As folhas caem de suas árvores
E todos os seres viventes se abrigam

Ó Grande Caçador
A sua morte chegou
E isso me mostra
Que a vida é cheia de desafios

A morte é só mais um caminho
E que como a morte
Haverá dias que serão difíceis
Mas a Grande Mãe nos auxilia

Mas meu peito
Enche-se de alegria
Pois sei que a morte
Traz o recomeço

E que em breve
Os campos estarão floridos
E o cantar dos pássaros
Serão vivas em teu nome

Assim como a fênix
Quando ressurgir
Voltará cheio de forças
E renovado

Despeço-me de ti
Com uma dor em meu peito
Mas com a certeza e alegria
De que voltará.

Que assim seja e assim se faça!




segunda-feira, 24 de outubro de 2011

AS VALQUIRIAS



A mitologia nórdica é uma coleção de crenças e histórias compartilhadas por tribos do norte da Germânia (atual Alemanha), sendo que sua estrutura não designa uma religião no sentido comum da palavra, pois não havia nenhuma reivindicação de escrituras que fossem inspirados por algum ser divino. A mitologia foi transmitida oralmente principalmente durante a Era Viking, e o atual conhecimento sobre ela é baseado especialmente nos Eddas e outros textos medievais escritos pouco depois da cristianização.

Na mitologia nórdica, as valquírias são as populares guerreiras de Odin. Belas, de pele clara e longos cabelos , possuiam cavalos brancos com os quais eram capazes de cavalgar pelos céus, procurando os heróis mortos em campos de batalha. Elas levavam estes bravos guerreiros ao Valhalla aonde eles comeriam, beberiam e lutariam até o dia fatídico do Ragnarok, lutando ao lado de Odin.



As valquírias eram virgens guerreiras que montavam seus cavalos armadas com capacetes e lanças. Odin, desejoso de reunir um grande número de heróis em Valhala a fim de poder enfrentar os gigantes no dia da batalha final, escolhia aqueles que deveriam ser mortos. As valquírias são as suas mensageiras e seu nome significa "as que escolhem os que vão morrer". Quando elas cavalgavam pelos campos suas armaduras emitiam um estranho brilho bruxuleante, que iluminavam os céus nórdicos, produzindo aquilo que conhecemos hoje como Aurora Boreal ou Luzes Nórdicas.

Mas as Valquírias na mitologia nem sempre foram estas belas damas de tons românticos. Originalmente eram seres medonhos e sinistros, espíritos da sanguinolência. Elas frequentemente levavam os guerreiros à morte para que pudessem leva-los ao seu lugar no exército de Odin. Dizia-se que antes de morrer, os heróis viam uma valquíria passar voando. 



Porém na mitologia nórdica do século seis em diante, encontramos as figuras mais familiares das valquírias, as amáveis donzelas-cisne. O mito diz que as valquírias frequentemente vinham ao mundo terreno em forma de um cisne para procurar um riacho ou lago tranquilo para nadar. Se um homem roubasse a plumagem da valquíria enquanto ela se banhava, ela estaria presa à terra e o homem poderia se casar com a mesma.

Porém roubar e manter a plumagem de uma valquíria era possível somente para grandes heróis. E de fato várias belas valquírias apaixonaram-se por homens mortais, heróis. 



Valquírias eram espíritos femininos que apareciam para os guerreiros que iam morrer, auxiliavam o Deus da guerra e a travessia ao mundo dos mortos em Valhala, o grande palácio de Odin , onde ele se diverte em festas na companhia dos heróis que morriam em combate, nenhuma descrição dos Deuses da batalha estaria completa sem elas. Elas levam as ordens de Odin enquanto a batalha se desenrola, dando vitória segundo a vontade dele, e, no fim, conduzem os guerreiros derrotados e mortos a Valhala.

Seus símbolos: a lança, o cisne e o capacete. Os mitos podem nos levar a descobrir mais sobre nossa herança espiritual, e talvez perceber alguns dos defeitos no desenvolvimento espiritual do mundo moderno. O estudo da mitologia não precisa mais ser visto como uma fuga da realidade para as fantasias por parte dos povos primitivos, e sim como uma busca pela compreensão mais profunda da mente humana. Ao nos aventurarmos em explorar as distantes colinas habitadas pelos Deuses, estaremos talvez, descobrindo o caminho de casa.


Valhala é o grande átrio da morada de Odin, local em que ele promove suas festas com os heróis escolhidos, todos aqueles que caíram bravamente na batalha, porque os que têm uma morte pacífica são excluídos de seu convívio. Aos convivas é fartamente servida a carne do javali Schrinnir, pois, embora este mesmo javali seja cozido todas as manhãs para as refeições, durante a noite a sua carne se regenera.

Para bebida, os heróis dispõem de abundante hidromel, que é fornecido pela cabra Heidrum. Sempre que os heróis não estão reunidos para festejar, divertem-se lutando. Diariamente dirigem-se à quadra ou ao campo e lutam até se despedaçarem uns aos outros. Esse é o seu passatempo, mas, quando a hora da refeição se aproxima, recuperam-se de seus ferimentos e voltam para as festas em Valhala.



Elas levam as ordens de Odin enquanto a batalha se desenrola, dando vitória segundo a vontade dele, e, no fim, conduzem os guerreiros derrotados e mortos a Valhala.

Às vezes, porém, as Valquírias são retratadas como as esposas de heróis vivos. Supostamente, as sacerdotisas humanas se transforma­riam em Valquírias, como se fossem as sacerdotisas de algum culto.

Reconhecemos algo semelhante às Norns, espíritos que decidem os destinos dos ho­mens; as videntes, que eram capazes de proteger os homens em batalha com seus encantamentos; aos poderosos espíritos femininos guardiões apegados a certas famílias, trazendo sorte a um jovem sob sua proteção; e até a certas mulheres que se armavam e lutavam como homens, das quais existe alguma evidencia histórica nas regiões em tomo do Mar Negro.

Pode também haver a lembrança das sacerdotisas do Deus da guerra.

Aparentemente, desde tempos remotos, os germanos pagãos acre­ditavam em ferozes espíritos femininos seguindo os comandos do Deus da guerra, espalhando a desordem, participando de batalhas, agarrando os mortos.


O conceito de uma companhia de mulheres associadas a batalhas entre os germanos pagãos é ainda mais enfatizado pelos dois encantamentos que sobreviveram até os tempos cristãos. Um vem de Merseburgo no sul da Germânia, e é um feitiço para abrir as correntes. Ele descreve como certas mulheres chamadas "Idisi" (termo derivado do nórdico antigo, "dísir" - Deusas) se sentavam juntas, algumas travando fechos, outras segurando a equipagem e outras ainda puxando as correntes. Concluindo com estas palavras: "Salta fora das amarras, foge do inimigo".

Abrir e fechar correntes e amarras, atirar lanças e o poder de voar são atividades associadas à Odin. Em Hávamál (expressão daquele que é Grande), ele entoa um encantamento para providenciar "correntes para os meus adversários". Provavelmente não são amarras físicas, e sim para a mente, do tipo descrito em Ynglinga Saga (relatos dos antigos reis da Suécia).

Um dos nomes das Valquírias é Herfjgturr, "corrente de guerra"




A interpretação sugerida de um dos nomes das Alaisiagae, Friagabi, como "concedente da liberdade", pode ser relevante nessa conexão.
A literatura nórdica antiga nos deixou um retrato das dignificadas Valquírias montadas em cavalos e armadas com lanças; mas também sobreviveu um quadro diferente, mas rústico, de mulheres sobrenaturais ligadas a sangue e sacrifício. Criaturas fêmeas, às vezes de tamanhos gigantescos, despejam sangue sobre um distrito onde haverá uma batalha; às vezes, elas são descritas carregando cochos de sangue ou montadas em lobos ou são vistas remando um barco em meio a chuva de sangue caindo do céu.



Essas figuras geralmente são augúrios de luta e morte; elas às vezes aparecem para os homens em sonhos, e são descritas mais de uma vez nos versos dos escaldos, nos séculos X e XI. O mais famoso exemplo de uma visão em sonho e mencionado em Njáls Saga(sagas das famílias islandesas), que teria acontecido antes da Batalha de Clontarf, travada em Dublin em 1014. Um grupo de mulheres foi vista tecendo uma tapeçaria tétrica formada das entranhas de homens e pesada com cabeças decepadas. Elas estavam colocando a cena do fundo, que era de lanças cinza, com um carmesim. Eram chamadas pelos nomes das Valquírias. Um poema é citado na Saga, que teria sido recitado por elas, no qual declarariam que são elas que decidem quem deve morrer na batalha iminente:

"Tecemos, tecemos a teia da lança,
Enquanto vai adiante o estandarte dos bravos.
Não deixaremos que ele perca a vida;
As Valquírias tem o poder de escolher os aniquilados...
Tudo é sinistro de se ver, agora,
Uma nuvem de sangue atravessa o céu,
O ar esta vermelho com o sangue de homens,
Enquanto as mulheres da batalha entoam sua canção".



Esse poema, conhecido como "Darradarljod" ou "Passagem das Lanças", pode não ter sido necessariamente composto a respeito da Batalha de Clontarf; já foi sugerido que alguma outra batalha na Irlanda o teria inspirado. De qualquer forma, temos aqui, em um período relativamente prematuro, um retrato das Valquírias, "mulheres de batalha", que está de acordo com as outras descrições de terríveis criaturas fêmeas decidindo sobre a sorte dos guerreiros em batalha.

Outras figuras que mostram uma grande semelhanca as Valquírias dessa espécie são encontradas nas historias dos povos celtas. São elas, Morrigu e Bobd, mencionadas nas sagas irlandesas. Elas costumavam aparecer no campo de batalha ou às vezes se tomavam visíveis antes de uma batalha. Podiam tomar a forma de aves de rapina e geralmente faziam profecias de guerra e massacre.
A associação dessas mulheres de batalha com as aves de rapina que voam sobre um campo de batalha e interessante.



Essas notáveis semelhanças entre as figuras de mulheres de batalha sobrenaturais na literatura dos escandinavos e dos germanos pagãos de um lado, e dos povos celtas de outro, são significativas. Conforme o escritor, Charles Donahue, sugeriu que havia uma crença em ferozes espíritos de batalha ligados ao Deus da guerra numa época em que os celtas e germanos viviam em contato próximo, durante o período romano.

Sem dúvida, a figura da valquíria na literatura nórdica se desenvolveu em algo mais dignificado e menos sanguinário como resultado do trabalho de poetas durante um considerável período de tempo. As criaturas alarmantes e terríveis que sobreviveram na literatura apesar desse esforço parecem, no entanto, mais próximas em caráter daquelas que escolhiam os aniquilados, conforme eram visualizadas nos tempos pagãos. (Os Deuses da Batalha)


A residência habitual das Valquírias foi Wingolf seu mundo exclusivo, ao lado do Valhala . O edifício tinha 540 portas onde os heróis caídos vieram os guerreiros a curá-lo, deixá-los sentar-se ali, alimentando-os com hidromel e divertindo-se com a beleza do que habitação. .

Elas eram muito numerosas e ordenou Freya, a quem devem sempre obedecer, sob pena de punição severa, a mais humilhante do que foi a perda da categoria de Valkyrie. Belize, virgens sempre tiveram o poder de se transformar em cisnes.



Na mitologia nórdica, as Valquírias são dísir, pequenas deidades femininas que serviu Odin sob o comando de Freyja.
Seu objetivo era escolher o mais heróico daqueles caídos em batalha e levá-los para Valhala, onde eles se tornaram einherjar. Isso foi necessário porque Odin precisava de guerreiros para lutar ao seu lado na batalha do fim do mundo, Ragnarök.

A palavra "Operação Valquíria" vem de Old Norse Valkyrja (plural "valkyrjur") e significa "ela que escolhe os caídos em batalha." 



O número das Valquírias difere muito entre os mitólogos diferentes, variando 3-16, embora a maioria das autoridades sobre o assunto, no entanto, cita apenas nove. As Valkírias eram considerados divindades do ar. Eles também são chamados de donzelas de desejos.

A mais famosa das Valquírias era Brunilda (também conhecida como Brynhild, Brünnehild, Brunhild, ou Brunhilda), que aparece em um grande número de lendas. De acordo com a "Volsunga Saga" ela era líder das Valquírias. Apesar de ela ter sido a predileta de Odin, ela o desobedeceu uma vez com relação a quem deveria morrer e quem deveria viver e por isso sentiu a cólera do deus. Ele a puniu colocando-a em um sono mágico, envolta em um anel de fogo. Apenas um guerreiro destemido o bastante para desbravar as chamas teria o poder de despertá-la.



Os norte-europeus denominaram a sexta-feira de “Friday” em homenagem a sua Deusa sensual, Freya. Mesmo com o contra da Igreja, os casamentos continuaram a acontecer neste dia visando atrair as bênçãos desta Deusa, cujo nome significa “concubina”.
Freya era casada com Odur e com ele tinha duas filhas. De repente seu marido desaparece. Freya sem entender, pois era muito feliz com ele, sente-se profundamente triste e derrama lágrimas sobre a Terra. Estas se transformam em âmbar e ouro. A Deusa resolve procurar Odur. Ela anda por todos os lugares procurando o marido sem sucesso. Resolve viajar pelos Nove Mundos encontrando-o por fim. Odur está sentado em uma árvore contemplando o silêncio. Quando avista Freya seus olhos se iluminam de alegria. O casal retorna feliz para Asgard, a Casa dos Deuses. 



Com a habilidade de mudar de forma, a Deusa Freya é a senhora de seidr, uma técnica mágica de natureza xamânica que envolve transe, transmutação, cura, magia sexual, viagem do corpo astral. O seidr era praticado pelas Volvas, sacerdotisas de Freya, que não costumavam se casar, mas tinham muitos amantes.

Podemos ver que Freya é uma Deusa que abrange vários aspectos. Ela é uma Deusa Tríplice, uma Deusa de grande beleza, força e poder. A sexualidade e o amor são fortemente regidos por ela.



sábado, 22 de outubro de 2011

OS GUERREIROS CELTAS


Se hoje a guerra é vista como algo abominável, nas culturas da Idade do Ferro ela era uma forma de sobrevivência e acensão social, uma parte corriqueira do dia-a-dia de toda uma sociedade.

Os Celtas foram povos guerreiros, provavelmente originários do sudoeste da Alemanha, que dominaram grande parte da Europa ao longo de quatro séculos.

Após terem invadido a França, a Suíça e as ilhas Britânicas, saquearam Roma em 390 a.C. Mais tarde, ocuparam a Península Ibérica e dirigiram-se para o Oriente e atingiram a Ásia Menor onde fundaram o reino chamado Galácia, tendo alcançado o auge de seu poder por volta do ano 250 a.C.


Como estavam organizados em unidades tribais, sem contar com uma unidade política central, os celtas acabaram por sofrer os efeitos de sua própria expansão territorial e desmembraram-se em vários grupos. A maioria dos que habitavam o continente europeu forma dominados pelos romanos e germanos. Os que habitavam as ilhas britânicas, que não sofreram pressões tão violentas, puderam conservar seus próprios idiomas. Ali subsistem ainda o gaélico, falado em certas pares da Irlanda e da Escócia, e o galês, idioma do País de Gales.

Entre os celtas, poderia até mesmo dizer que a guerra era como um esporte - digamos, o futebol moderno.

Os melhores guerreiros - os mais fortes e habilidosos eram respeitados e admirados, e recebiam o nome de "campeões" tribais.
Seu status elevado lhes trazia riquezas e regalias, como costuma acontecer com os maiores futebolistas de nossos dias.


Os Guerreiros apreciavam festas e bebida. Lutavam com ferocidade mas sem disciplina e foram facilmente conquistados pelos romanos. No entanto, os guerreiros celtas eram terríveis - pelo menos na aparência. Os homens normalmente vestiam toscas de lã, mas, nas batalhas, combatiam nus, usando apenas colares. Seus corpos eram pintados de azul com uma tintura extraída das folhas de uma planta chamada ísatis. Os guerreiros lutavam com espadas, lanças e fundas e protegiam-se com escudos de bronze ou de madeira. Eles avançavam sobre o inimigo a pé, gritando e batendo nos próprios escudos. Alguns sopravam cornetas. Embora fossem combatentes destemidos, os celtas nunca foram um exército eficiente, por causa da indisciplina. Os guerreiros celtas também tinham um muito particular código de honra em combate. Eles consideravam inaceitável, por exemplo, que um só homem fosse atacado por dois inimigos ao mesmo tempo. Como resultado, foram com facilidade batidos pelas altamente disciplinadas e treinadas legiões romanas.


Até mesmo as batalhas em si tinham muito a ver com o futebol moderno: existia uma 'temporada' de guerras - normalmente na primavera - em que as tribos rivais se enfrentavam em busca de poder, riqueza e ascendência.

Nas guerras inter-tribais - uma constante na idade do Ferro celta, nos mostram os relatos clássicos e as lendas - as hostes se encaminhavam para o local de batalha com seus estandartes, ruidosas cornetas chamadas carnyx e gritos de guerra e, após grandes provocações, partiam para o enfrentamento.

Os vencedores voltavam para casa com seus troféus - espólios e, em alguns casos, as cabeças dos melhores inimigos derrotados.
Tudo isso pode soar barbárico a princípio, mas os grandes tumultos nos modernos estádios em dias de jogos importantes mostram que, exceção feita às cabeças cortadas, pouco ou nada mudou...

Ou melhor, mudou, sim: para os celtas a guerra era sagrada.


Diversas deidades importantíssimas estão associadas ao ofício do guerreiro: Morríghan, a "Grande Rainha"; Scathach, a sensual instrutora nas artes da guerra; Nuada e sua espada; Lugh e sua lança 'inescapável' - todos esses mitos comprovam a sacralidade da guerra para os celtas.

E, ao contrário do que se pode imaginar, a guerra celta não tinha a função da guerra moderna de aniquilar o inimigo: existia todo um código de honra a ser respeitado em combate - em alguns casos, detectamos até mesmo semelhanças com a nobreza do código de guerra dos tão admirados e respeitados samurais do Japão feudal.
Era considerado extremamente desonroso, por exemplo, atacar um inimigo que já estivesse envolvido em combate com outro guerreiro.


Atacar um inimigo pelas costas era um tabu, e como prova de que para os celtas a guerra não era um surto destrutivo e aniquilador, muitos combates entre tribos rivais sequer chegavam a ocorrer: por acordo entre as tribos, por vezes a luta se restringia a um combate individual entre os dois melhores guerreiros - os campeões tribais: a tribo do vencedor do combate era declarada a vencedora da guerra como um todo, poupando assim dezenas, centenas de vidas, sem deixar de satisfazer a função social da guerra.

Essas nobres regras, contudo, não reduziam a capacidade bélica dos guerreiros celtas.


Quando os romanos e suas bem treinadas legiões invadiram a Gália, depararam-se com uma resistência formidável. Por diversas vezes, a disciplina romana não foi páreo para o poderio bélico dos celtas, que inflingiram às legiões pesadas - e por vezes humilhantes - derrotas.

Foi necessário que Roma aprendesse muito com essas derrotas até desenvolver uma estratégia diferenciada, totalmente adequada ao estilo de guerrear dos celtas, para que Cesar finalmente pudesse derrotá-los na Batalha de Alésia.

A proverbial desunião das tribos celtas, claro, contribuiu para esse fim.


Antes disso, porém, como já mencionado antes, os guerreiros celtas eram admirados por suas habilidades e costumavam ser empregues por outros povos em suas guerras, como mercenários - é o caso dos gaesatae, lanceiros celtas que lutaram ao lado das hostes de outros povos - egípcios, gregos e outros.
Julio Cesar registra que os celtas em guerra se mostravam absolutamente destemidos, sem medo da morte, e atribui essa força aos ensinamentos druídicos sobre a eternidade da alma. Sem temer a morte, os guerreiros celtas eram dados a feitos formidáveis, que sem dúvida lhes rendiam a eternidade através das lendas, poemas e canções que os bardos entoariam pelas gerações seguintes conferindo-lhes, assim, a imortalidade pela virtude, tão desejada pelos povos indo-europeus.
“A coragem pessoal era algo essencial, e o sucesso nas batalhas era uma fonte vital de prestígio, poder e seguidores, e também a riqueza material necessária para mantê-los."(Simon James)



Essa característica pode soar, aos nossos ouvidos modernos, um tanto egoísta, mas suas conseqüências eram interessantes: para preservar seu status e sua posição, os líderes celtas eram dados a grandes demonstrações de generosidade para com seus súditos.

Assim, em troca do apoio que recebia da tribo, um chefe tribal lhes ofereceria proteção e banquetes – um dos pontos focais da sociedade celta. Muitas lendas celtas da Irlanda ecoam os relatos dos escritores clássicos acerca da importância dos banquetes oferecidos pelos chefes celtas da Gália. O poder de um líder era facilmente medido pela riqueza e qualidade do alimento que ele oferecia, e as peças usadas para servir os alimentos, verdadeiras obras de arte, nos dão testemunho da importância dos banquetes como forma de manutenção do prestígio dos nobres e de se fomentar a união da tribo como um todo.
Mas o líder celta – pouco importa se ‘grande rei’ ou chefe tribal – não governava só: a aconselhá-lo na paz e na guerra estava sempre a figura do druida.




Os Celtas não tinham língua escrita. Suas leis, rituais e lendas eram transmitidas oralmente. Línguas célticas sobrevivem em áreas do noroeste da Europa. Na Irlanda e na Escócia, fala-se o goidélico. O gaélico é a forma moderna dessa língua. Outras formas de línguas célticas, chamadas britônicas, são também faladas no País de Gales e na Cornualha, sudoeste da Inglaterra. O bretão, outra língua céltica, é falado na Bretanha, noroeste da França. Os celtas têm um simbolismo fabuloso. Até as batalhas tinham um significado espiritual muito grande. Todo guerreiro celta honrava o código. Não matavam homens desarmados, nem mulheres e crianças. As batalhas que aconteciam em locais pantanosos ou lamacentos tinham um significado espiritual muito grande. Para eles, o pântano ou a lama é o limiar entre dois mundos. A água dessa lama ou pântano também significava pureza e renascimento. Ali eram travadas as batalhas. Atravessar o gué (pântano, lama) era o princípio da evolução. Haviam aqueles que afundavam completamente porque seus atos eram tão sujos como lama, e haviam aqueles que ultrapassavam com a benção dos deuses e seguiam seu caminho rumo a evolução espiritual.



A busca do guerreiro permeia uma série de narrativas celtas. Essa procura, esta busca é, na verdade, uma busca iniciada onde no final encontra-se a verdade dos deuses e a essência do próprio guerreiro.
O grande desafio de todo guerreiro é essa busca, mesmo que ela não tenha fim. A missão era sempre ir além, ultrapassando seus próprios limites e muitas eram as provações na sua caminhada. Outra busca importante para os celtas era a busca do ser amado. Encontrar o ser amado é unir dois fragmentos dispersos no cosmos com a finalidade de criar a união divina e fundamental. Para os celtas eram impostas duras provas na busca da mulher amada. Aquele que vencia essas provas era digno do amor dessa mulher. E isso então, torna essa busca uma iniciação também.
Para o celta, o amor é o seu destino, destino do qual ele não pode fugir, é uma aventura espiritual em busca da transcendência que pode ocorrer nesse plano. Mas mesmo não podendo fugir ao seu destino, não deve-se aceitar nada passivamente. Tem que questionar também, tem que ir em busca, e não ficar esperando passivamente.



Na mitologia celta, essas viagens eram chamadas de Imramma, quando os guerreiros e heróis lançavam-se em barcas em direção ao Outro Mundo em busca da amada, ou mesmo doentes, seguiam sem destino (porque as próprias barcas sabiam onde levá-los), esperando que as deusas os levassem a uma ilha encantada para serem amados e curados por elas.

Ser o melhor dos guerreiros era o ideal dos celtas, mas morrer na batalha rodeado de amigos e centenas de inimigos era a consumação suprema. Este tipo de pensamento para nós Ocidentais é um tanto fanático e paranóico, mas para o povo celta a morte é a causa da vida. A preparação para este momento supremo proporcionava ao soldado celta, desde a sua iniciação, valor e orgulho. Na história de Cú-Chulainn, o Deus Sol se materializa para assumir as funções de guerreiro que, após morrer durante três dias, continua mortal. Neste estado de bardo, pode ascender em direção a três mundos místicos celtas: ao corpo terrestre, ao espírito físico e ao da radiante luz da alma, no qual o próprio Sol se manifesta.

Esta mutação entre o soldado humano e seu arquétipo do outro mundo é algo comum nos relatos celtas. É também a chave dos mistérios celtas: a fusão do espiritual, do físico e do imaginário. 


O mais fascinante e romântico destes heróis do Sol, foi o rei Artur. É bem provável que seu personagem histórico tenha sido um líder militar do século VI. A evocação de Artur em topônimos de toda a Grã-Bretanha é uma amostra da admiração européia por Lugh e outros heróis celtas. Conta-se, que aos sete anos, Merlin deixou os druidas impressionados ao destruir dois dragões que minavam as fundações de um forte real. A transformação deste menino prodígio no profeta e conselheiro do novo arquétipo solar é um tema muito comum.

Os mistérios celtas tomavam forma nos estados intermediários como o crepúsculo, entre a luz e a obscuridade, ou o dia ou a noite, ou o orvalho, que não é nem chuva nem água do mar ou rio, nem água de poço e utilizavam o visco sagrado, que não era planta, nem árvore. A área de fluxo, plena de presságios e de acontecimentos extraordinários, era indeterminada, e o guerreiro podia lutar contra ela pondo em jogo sua vida. Esta maneira de estar vivo, se caracteriza por quatro qualidades. Para ser soldado há que se ter respeito, ter consciência do medo, estar sempre atento e ter confiança em si mesmo. A partir disso, o perigo resumia-se em uma consciência do que se pretende. 



A cultura guerreira estava contudo no coração da sociedade celta, como as sagas heróicas de registos antigos da Irlanda. Como resultado parcial das guerras, muitas tribos celtas migraram de uma região da Europa para outra. Desde a sua terra-natal na Europa Central espalharam-se para oeste na França (leste) e ilhas britânicas, para sudoeste em direcção á Ibéria, para sul, em direcção á Itália, estabelecendo-se no Po Valley, e também para a Alemanha, Áustria e Bohemia (posteriormente para os Balcãs e Ásia Menor). Com as expansões tribos antigas tornaram-se celtas, incluindo os Helvetii, na Suíça, os Boii, na Itália, os Averni, na França, os Scordisci, na Sérvia, e os Belgae, a norte da Gália e no sul da Grã-Bretanha em tempos imediatamente pré-romanos.

Em 390 AC, os guerreiros celtas gauleses, liderados por um certo Brennus, invadiram a Itália e conquistaram a própria Roma. Claro que na altura Roma não estava sequer perto de ser um império. É dito que os celtas pilharam a maior parte da cidade e destruíram muitos registos escritos romanos, apagando toda a História da civilização até à data (razão pela qual muita da história romana até aí é meio lendária, pois teve que ser reescrita). Demorou 7 meses para que os celtas deixassem a cidade, e foi só porque se fez um acordo segundo o qual os romanos pagariam um resgate, que não era menos que o peso de Brennus em ouro, que famosamente exclamou “vae victis”, que significa “mágoa aos vencedores”. Instalaram-se então no Po Valley, que se tornou a Gália Cisalpina. 




Muitas batalhas entre os celtas e romanos seguiram-se durante o período de La Tène, contudo um evento notável foi sem dúvida a invasão celta à Grécia. Em 279 AC, os celtas invadiram a Grécia até Delphi, o maior altar grego, e saquearam o templo. Regressaram com perdas terríveis, contudo, ao que parece, acabaram por se separar e alguns decidiram atravessar a Anatólia (agora Turquia) e instalar-se como uma espécie de reino em volta da moderna Ankara. Os gregos designaram-nos “galatae”, acabando por ser essa a fonte do nome que foi dado á terra: “Galatia”. São estes os galatianos do Novo Testamento.

Em cerca de 200 AC, os celtas ocuparam uma vasta região da Europa, que atravessava da Holanda e Bélgica às ilhas britânicas e Irlanda, passando pela França, Alemanha, Suíça, à Espanha e pelos Alpes no norte de Itália. Mas mais cedo ou mais tarde a sua expansão foi interrompida pelos romanos, que depois começaram a atacar os celtas na Espanha (os celtiberos). 


Durante os três últimos séculos AC a expansão romana foi gradualmente subjugando todo o mundo celta continental, exceto nas zonas do Reno e do Danúbio, que foram cedo invadidas por um novo grupo de bárbaros: os germanos. Em 58 AC, o bem conhecido Júlio César começou a sua conquista na Gália (nome dado pelos romanos aos territórios celtas na França, Alemanha e norte de Itália), já tendo começado a conquistar os celtas do norte de Itália, por batalhas que ficaram conhecidas como as Guerras Gaulesas. Estas terminaram numa total derrota dos celtas gauleses, assim como das tribos belgas, que possivelmente tinham tanto origem celta como germânica. A guerra teve o seu auge na batalha de Alésia, em 52 AC, onde Júlio César derrotou Vercingétorix, um celta que foi um dos primeiros a unir as várias tribos da Gália.

Em 51 AC as Guerras Gaulesas terminaram, assim como o período de La Tène da História celta, começando a romanização das tribos celtas, que extinguiu o estilo de vida e a língua celta, passando-se a falar dialectos latinos ancestrais aos actuais espanhol, francês, português, catalão, etc.

No séc III DC, os celtas do sul da Alemanha foram invadidos pela confederação das tribos germânicas, designados por Alamanni. Desde então passaram-se muitos séculos, com muitas invasões posteriores em terras celtas, contudo a cultura celta nunca foi eliminada da Europa e sem dúvida continuará a prosperar no próximo milénio. 


No século 1 a.C., Galia foi invadida pelo imperador Júlio César e incorporada ao Império Romano. A Grã Bretanha foi rebatizada com o nome de Britania. Os celtas formavam uma sociedade militar governada por valentes reis e rainhas guerreiros. Além de magníficos guerreiros, os celtas foram excelentes camponeses. Basearam sua economia num amplo comércio a aprenderam de gregos e romanos como cunhar moedas.

Todo este tempo, a Irlanda celta, livre de qualquer intento invasor, tinha desfrutado de uma paz e independência quase absolutas. Como resultado deste clima de tranqüilidade, sua cultura, tradições e língua (que os lingüistas chamam "goidelic") e que em sua forma moderna se conhece como "gaélico", puderam sobreviver muito mais tempo que em qualquer outro lugar do mundo celta. Na verdade, a ordem social da Irlanda permaneceu virtualmente intacta até muito depois de a ilha se ter convertido oficialmente ao cristianismo. Por esta razão, a mitologia irlandesa tem conservado sua cultura melhor que qualquer outra mitologia celta. 


Yggdrasil ou Ygdrasill, era uma grande árvore (um freixo) que, na mitologia escandinava, representava o eixo do mundo. Nas suas raízes, que se espalhavam pelos Nove Mundos, cujas mais profundas estão situadas em Nifheim, ficavam os mundos subterrâneos, habitados por povos hostis. O tronco era Midgard, o mundo material dos homens; a parte mais alta, que se dizia tocar o Sol e a Lua, chamava-se Asgard "A Cidade Dourada", a terra dos Deuses, e Valhala ("O Salão dos Mortos"), local onde os guerreiros eram recebidos após terem morrido, com honra, durante as batalhas.


BENÇÃO CELTA

No dia que o peso apoderar-se dos teus ombros, e tropeçares, que a argila dance, para equilibrar-te!

E, quando teus olhos congelarem, por trás da janela cinzenta,
E o fantasma da perda chegar a ti...
Que um bando de cores, índigo, vermelho, verde
E azul celeste, venha despertar em ti,
Uma brisa de alegria.

Quando a vela se apagar no barquinho do pensamento,
e uma sensação de escuro estiver sobre ti,
que surja para ti, uma trilha de luar amarelo,
para levar-te a salvo pra casa.

Que o alimento da terra seja teu!
Que a claridade da luz te ilumine!
Que a fluidez do oceano te inunde!
Que a proteção dos antepassados,
esteja com você!

E assim...
que um vento teça essas palavras de amor á tua volta,
num invisível manto, para zelar por tua vida, onde estiveres.

Que assim seja!!
E assim se faça. 











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