quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

AS BRUXAS DA BRUXARIA TRADICIONAL DA RELIGIÃO ANTIGA


Há uma grande confusão, entre os leigos, acerca de bruxaria tradicional e da moderna. A bruxaria tradicional tem suas raízes aprofundadas através do período pré-histórico, podendo ser considerada em parte irmã e em parte filha de antigas práticas e cultos xamânicos.

A Bruxaria Tradicional é uma das filosofias mais complexas que a simplicidade pode construir, e nada e ninguém pode traduzi-la com a escrita fria ou com a razão, para entendê-la é preciso morrer nesse mundo, perder os sentidos e acordar na praia renascido das águas do mar.


Na Bruxaria Tradicional, se encontram um fato de origem que é a magia natural, aquela magia relacionada a natureza, a cura através de ervas, dos deuses personalizados em cada rio, floresta ou montanha, em cada objeto característico da natureza, no princípio da terra onde moramos, no mar onde é um enigma vida/ morte, e do céu que esta acima dos seres humanos, e assim o homem daquela época entendia os mundos da natureza pelo simples fato dele assim o ver.

Ao contrário da Wicca, a Bruxaria tradicional tem como o objetivo continuar praticando a Velha Arte que antecede o século XX.


Nas últimas décadas a bruxaria e o paganismo ganhou popularidade, então é como se de repente tudo fosse bruxaria; se são crenças pré-cristãs então é bruxaria; se evocam-se deuses e fazem uma magia, então é bruxaria; alguém fez um feitiço ou uma simpatia esporádica, então é bruxaria.

As pessoas esqueceram ou nunca aprenderam o que verdadeiramente é bruxaria, que o espírito da bruxaria é a Liberdade.

Conheci muitas Bruxas, Bruxos, Guardiões,Sacerdotisas e Magos, velhos e novos, todos com suas verdades e muito conhecimento que se perderam no tempo.

O conhecimento é contínuo, e todos carregam fragmentos de verdades.


A medida do conhecimento não é feita pela idade, mas sim pelos anos de estudo, e o mais importante, é como você utilizou esses anos.

Se praticou o que se aprendeu, se cresceu espiritualmente e intelectualmente.

É preciso saber tirar proveito dos estudos, da sabedoria para viver bem com você e com os seus.

A verdadeira Bruxa quando observa o por do sol, fecha os olhos e sente a alma expandir, ela sente que é tudo, e que entende tudo e consegue traduzir o canto universal, esse misterioso chamado que nos proporciona tão grande bem estar e plenitude de ser. Quando a Bruxa vê a lua, sente que entre elas existe uma ligação muito intima, pois ambas possuem ciclos, fases, ser Bruxa também é isso, é identificar as analogias entre a natureza e o 'Eu' e ver que o que está em cima é o que está embaixo. 

A Bruxa possui a sabedoria conseguida através da maturidade e das muitas experiências, sem com tudo perder o coração doce da criança que descobre o mundo. De suas mãos brotam a Arte em todos os sentidos, ela tem amor por tudo que faz, tem o toque delicado que acaricia as flores, que tenta tocar as estrelas, que tenta tocar o infinito. Todas sabem que a natureza é uma Mãe sábia, ela nos dá, mas também tira, e que devemos ser sagazes, sermos fortes, e que um dia todos sem exceção, voltaremos para ela, para o grande Útero Universal.



A Bruxa tem uma relação de cumplicidade com sua consciência, sabe que até mesmo no “Olho do Furacão” ela acha a sabedoria necessária para criar.

A bruxa é calma porque é consciente porque medita e portanto não precisa ter os males da ansiedade, do medo e da raiva. Compreende ao próximo porque compreende antes a si mesma e reconhece suas faltas e necessidade de aprimoramento, assim como conhece a seus dons e poderes. Ela não tem medo porque reconhece no medo um aliado, sabe diagnostica-lo e compreender cada mensagem que sua sensação traz. 

O mesmo se aplica a raiva, pois compreende que a raiva é a forma que temos de descarregar a energia que esta sobrando. Portanto ao invés de deixar a água parada apodrecendo, ela apenas flui intermitentemente a fim de sempre estar reciclando a si mesma e auxiliando ao próximo.


O poder da Bruxa é algo muito pessoal.

Vem do seu interior, de sua força energética.

Somos alquimistas...

Em tudo colocamos magia.

O tempo vai nos tornando poderosas, pois a experiência é adquirida com nossas atuações mágicas.

Manipulamos ervas, poções mágicas, e rituais sagrados...

De uma coisa podemos ter certeza:

De nada adianta querer apressar as coisas; tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto.

A Bruxa é a eterna buscadora de si mesma em todos os lugares e condições. A bruxa É a consciência porque se faz plena e atenta aos detalhes. Somos bruxas porque vivemos presentes em nós mesmas, cientes em nossa ciência: o vivenciar.


O conhecimento da Bruxaria real é um processo contínuo de estudo, e jamais será compreendida por aqueles que se limitam a repetir sem vivenciar, sem compreender, sem interiorizar, presos a conceitos ligados a dogmas ou concepções obsoletas, condicionadas pela formação imposta pelo poder patriarcal.

É tão simples a concepção real da Bruxaria, da fé e da devoção aos Deuses, que em uma só palavra poderíamos sintetizar: essa palavra é CONDUTA.

A Bruxaria desde os tempos mais remotos da humanidade se desdobrou, se estabilizou a partir da conduta dos seus praticantes.

E quando digo normas de conduta, não estou estabelecendo regras ou rigidez de comportamento, mas sim refiro-me a um procedimento coerente com o que pregamos. Em obediência as Tradições, todas libertárias, livres de preconceitos, o que constitui uma realidade incontestável, com um próprio e peculiar código de disciplina.


Alguém que tem como base trazer os antigos costumes, não é apenas um tradicionalista, é também um artista onde em cada pincelada uma imagem vai se mostrando, onde no final desta esta um retrato do próprio artista e com este um valor imensurável de concretização pessoal, de magia e auto-entendimento. Tradição é o caminho do meu ancestral, dos amigos que prezam a amizade com o próprio sangue, aqueles que fizeram do passado a origem do presente numa infinita parte e por menor que seja fazem parte do meu gene.

Nosso olho interior, fortificado de sabedorias milenares nos torna cada dia mais fortes.

Aprendemos a ver além do que os olhos humanos podem ver.

Olhamos com a alma...

Envolvida em uma nuvem de energia cósmica doada pelas Divindades.


Ouvimos as vozes do mundo...

Os sussurros dos mistérios dos oráculos.

Aprendemos a manipular o dom da cura, decifrar os sonhos,

E sabemos que temos que controlar nossos poderes.

Eles devem ser usados com responsabilidade, e não com impulsos de desejos apenas.

Existe diferença entre ser discreto e esconder.

Você deve ser discreto.

Mas não deve nunca se envergonhar ou ter duvidas do que você é e do que optou seguir.

Você não é as suas roupas , nem o conteúdo da sua carteira.

Você é o que você acredita ser.

Não deixe tirarem isso de você.

Não busque aceitação dos outros se escondendo,

Mas sim que te aceitem do jeito que você é.


Alguns caminhos são mais curtos, outros mais longos.

O que importa realmente não é a chegada, mas sim o trajeto, o conhecimento adquirido nesse percurso.

A mulher sonha, A bruxa faz o sonho acontecer, A mulher mentalisa, A bruxa a transforma em realidade.

A mulher é capaz de matar por um grande amor, Mas só a bruxa é capaz de morrer por ele‼

E assim somos nós Bruxas da Religião Antiga da Bruxaria Tradicional.

Termino este texto com uma frase:

“Aquilo que não é conhecido pode ser temido embora seja uma citação antiga é muito atual”.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ORGULHO DE SER PAGÃO


Uma frase que define um pagão ““FAÇA O QUE QUISER DESDE QUE NÃO FAÇA MAL A NADA NEM A NINGUÉM”

O paganismo é com certeza a religião mais antiga .
Desde tempos imemoriais, os povos nômades que vagavam pela região cultuavam os espíritos da terra, os deuses da Natureza, e mesmo após milênios de perseguição por parte dos romanos, dos nobres e da Igreja, as práticas pagãs persistem em vilarejos isolados, no campo e na floresta.

O paganismo é um dos caminhos que nos leva à comunhão com os Deuses, a reconexão com a natureza e as divindades politeístas, antes da era cristã, ou seja, a religião natural de um povo. "A característica das tradições pagãs é a ausência de proselitismo e a presença de uma mitologia viva na sua prática religiosa."



Na verdade, não se pode definir o paganismo, “A Religião Antiga”, como uma religião única. Cada povo que viveu trouxe consigo seu próprio panteão, como os celtas, os eslavos e os magyares. Apesar de as práticas pagãs poderem se diferenciar bastante entre uma região e outra, a grande maioria segue uma idéia geral, centrada nos ciclos da natureza. Para os pagãos, o nascimento e a morte são vistas como um processo interminável de emergência e retorno.
A principal característica da religiosidade pagã é a radical imanência divina, ou seja, a divindade se encontra na própria Natureza (o que inclui os humanos), manifestando-se através dos seus fenômenos.

Talvez a persistência do paganismo, mesmo após tanto tempo de perseguição, se deva ao seu apelo para os camponeses, as pessoas simples da Idade Média. A Religião Antiga é, antes de tudo, uma crença prática, que ensina as pessoas o que elas precisam saber para compreender o mundo e sobreviver aos seus desafios. Afinal, o paganismo se desenvolveu a partir da interação dos povos do passado com o mundo da Natureza, e portanto tem um grande significado para os habitantes das áreas rurais e selvagens. 



Na verdade, não se pode definir o paganismo, “A Religião Antiga”, como uma religião única. Cada povo que viveu trouxe consigo seu próprio panteão, como os celtas, os eslavos e os magyares. Apesar de as práticas pagãs poderem se diferenciar bastante entre uma região e outra, a grande maioria segue uma idéia geral, centrada nos ciclos da natureza. Para os pagãos, o nascimento e a morte são vistas como um processo interminável de emergência e retorno.
A principal característica da religiosidade pagã é a radical imanência divina, ou seja, a divindade se encontra na própria Natureza (o que inclui os humanos), manifestando-se através dos seus fenômenos.

Talvez a persistência do paganismo, mesmo após tanto tempo de perseguição, se deva ao seu apelo para os camponeses, as pessoas simples da Idade Média. A Religião Antiga é, antes de tudo, uma crença prática, que ensina as pessoas o que elas precisam saber para compreender o mundo e sobreviver aos seus desafios. Afinal, o paganismo se desenvolveu a partir da interação dos povos do passado com o mundo da Natureza, e portanto tem um grande significado para os habitantes das áreas rurais e selvagens. 



Dentro da nossa crença não há o conceito de "bem" e "mal", há apenas o comprometimento com a verdade, a honra, a justiça, a lealdade e o respeito para com a natureza e todos os seres.
As crenças pagãs, ainda, dão um grande valor aos Deuses da Natureza e que fazem parte da vida cotidiana, como os leshy, povo das árvores, os volkhu, povo da terra e das rochas, e os vodanyoi, os maliciosos povos das águas e dos rios. A Antiga Religião também dá um grande valor aos ancestrais, que trazem conselhos aos seus descendentes através das sacerdotisas mais antigas.
A imensa maioria das culturas pagãs reconhece a intrínseca dualidade entre a bondade e a luz e a maldade e as trevas como o princípio que rege o mundo.
As práticas ligadas ao Druidismo e a Bruxaria Tradicional, no caso com foco celtibero, são religiões naturais da terra que nos trazem um maior centramento interno através da reconexão com a nossa ancestralidade, com a terra onde vivemos e os elementos que a cercam, em conformidade aos Três Reinos Celtas (a Terra, o Céu e o Mar) e a sua visão do mundo.



O paganismo não tem nenhuma relação com satanismo ou magia "negra". Os mistérios pagãos vão muito além das brumas do tempo... Prestes a renascer!
As brumas são os véus que encobrem o mistério do caminho gasto pelo uso. Muitos são os que vão nos ver e não vão nos entender, além de não conseguirem absorver toda a sabedoria dos Antigos, simplesmente por medo e/ou ignorância.
Abençoado seja o resgate da espiritualidade celta e da sacralidade da natureza!
Se pensarmos no ensinamento que remonta ao Egito Antigo, que diz que "o que está acima é como o que está abaixo e o que está abaixo é como o que está acima", compreendemos que esta asserção busca nos dizer que a natureza dos Criadores é a mesma de suas criaturas.
Os pagãos buscam, dessa maneira, compreender "o que está acima" - seus Deuses - conhecendo "o que está abaixo" - a Natureza e seus semelhantes."
Lembrar dessas coisas é a orientação básica para tornar-se um verdadeiro pagão. Princípios de como ser justo, leal e gentil, bem como viver com bravura, sabedoria e em comunhão com todos os seres viventes. Honrando sempre os Deuses, a natureza e os nossos ancestrais. 



Todo bruxo e bruxa deve ser capaz de aceitar-se a si mesmo, na sua totalidade, conhecer e cultivar seu lado bom e ruim. Fora dos limites sociais, da moral e dos costumes culturais, somos um elemento da natureza e assim, manifestamos a vontade dela.

Ser pagão é buscar constantemente harmonizar-se com a infinita sabedoria da natureza, onde se aprende diariamente através da linguagem da Terra e do Céu, a decifrar sinais como, por exemplo, o movimento das folhas das árvores, a beleza do canto dos pássaros, o cheiro das ervas e das flores, o calor de uma fogueira e com isso, passamos a entender melhor o valor e o respeito à natureza, o amor a todos os seres e o equilíbrio do universo.



Vale ressaltar o princípio da liberdade religiosa, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 18, que diz o seguinte:
"Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos." 



Originalmente, o termo "PAGÃO" era empregue para diferenciar os seguidores das religiões da Terra, dos muitos deuses e deusas da Natureza. É este o sentido que adotamos quando utilizamos o termo "paganismo". Assim, costumamos nos referir às culturas pré-cristãs da Europa e das Américas (apenas como exemplos clássicos) como "culturas pagãs".
Poucas pessoas hoje em dia ainda mantêm um contato direto com as tradições originais do Paganismo, daí a necessidade de se diferenciar o Paganismo original - surgido na Antigüidade - do novo paganismo, representado por diversas correntes recentes. Para que tal diferenciação seja bem clara e cristalina, muitos autores e pesquisadores optam por utilizar o termo neo-pagão, ou seja, os novos pagãos - aqueles que seguem tradições filosófico-espirituais inspiradas nos ensinamentos e valores das Antigas Religiões.
Dentre estas correntes neo-pagãs, sem dúvida duas ganham destaque: a wicca e o neo-druidismo.



Para as pessoas que ainda não tem respeito pelos pagão vale lembrar que O Papa João Paulo recebeu o sinal da deusa pagã Shiva em sua testa, e o fez com o maior repeito.
Eu tenho orgulho em ser pagã porque posso ver ao mundo e a mim mesma com olhar mais simples, sem culpas e sem pecados. Sentir a Terra como parte minha e eu dela. Posso me aceitar; aceitar meus erros sem desespero e aprender com eles, crescendo; posso aceitar meus defeitos e trabalhá-los pra viver bem; posso ver a magia do mundo sem medo; posso nascer livre...e saber que a minha vida só depende de mim mesma, que o que eu quiser eu posso conseguir!




Ter a liberdade de pensar, de fluir minhas energias sem ficar presa a dogmas.
Poder conversar com a Deusa, com os espiritos da natureza sem achar q to louca!!!
Realizar meu rituais bem a vontade sem ter q seguir uma linha fiel a alguma coisa ja definida, fazer simplesmente seguindo minha intuição!
Ser Livre...
...para Amar, Sonhar, Ousar, Viver e sentir vida em cada planta, animal, rio, mar, floresta...como extensão de meu ser e de minha Mãe :) 




sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A SENHORA DO LAGO PARTE II


As mulheres representam a beleza, o encanto, mas também podem se apresentar na forma de tentação, pecado, prisão. Essa dualidade característica do sexo feminino está presente nos vários “reza a lenda” de Arthur. As mulheres são como espelhos para os heróis, diante dos quais eles se deparam, refletem e tomam suas decisões, tecem seus caminhos. Sacerdotisas, Fadas, donzelas, damas, rainhas, todas têm este poder, cada uma à sua especial maneira.



Foi preciso esperar o século XVI, e principalmente o XIX, para que a forma Viviane se impusesse, sobretudo na França, em detrimento de todas as outras.

Na mitologia celta (os deuses que os celtas cultuavam na Antiguidade) deve ser sempre lembrada. A figura da Senhora do Lago é, provavelmente, uma reminiscência de antigas deidades celtas femininas do céu, da luz solar e das águas. Ganieda, Gwenddyd, Gwendolena, Viviane, Niniane, Uiniane ou Nimue nenhuma delas foi uma personagem histórica. Todas elas certamente têm relação com o universo divino, feérico celta, onde o Lago é sempre um portal entre os mundos.


A sacerdotisa Ana é preparada para dar à luz uma menina que viria a ser a mãe do futuro rei. Mas será a sua bela filha Viviane quem receberá os verdadeiros dons divinos e se tornará a Suma Sacerdotisa, a famosa Senhora do Lago e guardiã do solo sagrado.

Viviane é a fiel representante da Deusa, a Sacerdotisa de Avalon. Ela ganhou muitas inimizades devido à sua devoção incondicional às suas crenças.

A Dama do Lago é uma verdadeira Donzela do Lago, como Gwragedd Annwn, a rainha de uma ilha de donzelas situada no meio de um lago encantado, onde o inverno não chega e ninguém conhece a dor.
A Dama do Lago,é também conhecida pelos nomes: Nimue, Vivienne, Vivien, Viviana.



Nimue (um dos nomes conhecido de Viviane) relaciona-se a Mnme, um diminutivo de Mnemosyne, uma das nove ninfas da água da mitologia greco-romana que concedeu armas ao heróico Perseu. Vivienne, deriva-se provavelmente de "Co-Vianna-Vianna", uma Deusa da água muito difundida, denominada de Coventina.

Independente de seu nome, é uma das mais misteriosas e inexplicadas damas feéricas que aparecem na mitologia Celta .

A mitologia primitiva de Merlin e Viviane procede da região dos Bretões do Norte, na fronteira com a Escócia.
Nos momentos de precisão se revela uma líder nata.




O misticismo da antiga cultura inglesa e a luta incansável para vencer o catolicismo que, aos poucos, imposta na ilha pelos romanos. A força das mulheres de Avalon é poderosa, capaz de imortalizar os antigos ritos por meio de sua paixão e determinação à Grande Deusa.

Avalon é uma ilha mágica, vista somente por mulheres que possuem a visão para vê-la. De lá, surgem feiticeiras poderosas capazes de mudar o destino de qualquer pessoa. Tudo sob as bênçãos da Grande Deusa, entidade idolatrada pelas iniciadas em bruxaria.
Viviane, a grã sacerdotisa. tia de Arthur e Dama do Lago, que dedica toda a sua atenção à natureza e venera o lado mágico da vida. 



A Dama do Lago foi terrívelmente assassinada por Balim enquanto estava na festa de Pentecostes tentando convencer o rei Arthur a manter seu juramento aos antigos povos. Diz a história que o seu filho Lancelot matou Balim e vingou sua morte.

Viviane foi enterrada em frente a um convento no memorial da Corte, a contra-gosto de Morgana que queria levar o corpo a Avalon para que ela recebesse as últimas saudações.



Palavras de Viviane

O ciclo da sacerdotisa acabou é hora de partirmos (disse Viviane)


O que é isso Viviane ?

O Feminino segue ciclos e o próximo é o da feiticeira,mas acalme-se o ciclo da sacerdotisa irá voltar e a Deusa será mais uma vez lembrada e nunca mais esquecida pois sua Força se fará presente em todas as coisas,em todas as forças tanto as da luz e a das destruição



Como se dará isso Viviane ?


Ele respondeu:

a mulher será esquecida pela sociedade e pelo mundo ,haverá um tempo de destruição do amor aonde a mulher será apontada pelo lideres como a causadora mas nos sabemos que a causa seram os lideres inescrupulosos que trataram a mulher como uma serva,como a serva do homem.....

Havera esperança para nos ?

Viviane sorriu e disse

Mas é claro que ainda a esperança,com o passar do tempo a mulher procura cada veis mais espaço na sociedade e na espiritualidade,este será o redespertar da Deusa e do Sagrado.será o redespertar da mulher....agora oremos pois nossas almas serão castigadas pelo fogo do clero,oremos para que consigamos passar pelas horas de fogo e ver algum dia a Deusa relembrada e o ciclo da feiticeira terminado.....


Cada bruxo e bruxa estão fazendo o máximo que pode, para que o ciclo da Grande sacerdotisa sempre se renove.


“Não posso remediar erros, se é que foram erros, cometidos por homens mortos antes que eu nascesse.
Já tenho muito o que fazer para reparar os meus próprios erros, e não viverei o suficiente para vê-los todos reparados. Mas farei o que estiver ao meu alcance, enquanto eu viver."



As palavras de Viviane são preciosas, palavras que mostram a sua devoção pela sua religião e para com os seus.



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

LOREENA MCKENNITT UMA CELTA ERRANTE



Este blog vai abrir um espaço para uma grande mulher a premiada cantora e compositora Loreena McKennitt, "uma celta errante", como ela própria se auto-define.

A música não é um dom para todos, eu por exemplo. Já há alguns anos ouço Loreena Mckennitt e não conheço palavras suficientes para descrever suas canções, cantora (compositora, pianista e harpista) canadense com com 15 álbuns lançados (sendo 4 ao vivo) e mais de 25 anos de carreira, possui um selo independente sob a marca da produtora Quinlan Road que tem como instrumentista e artista a própria Loreena. Já fez parte da trilha sonora de vários filmes, mas alcançou maior notoriedade com o filme/série The Mists of Avalon (As Brumas de Avalon).


Uma cantora que recomendo sem titubear e espero "levá-la" comigo por toda a vida, suas músicas são maravilhosas e na minha singela opinião muito melhor do que a grande maioria que se ouve atualmente. Entre as minhas favoritas estão: The lady of Shalott, All souls night, The mummer´s dance, Courtyard lullaby, Bonny Portmore entre tantas outras...

Sabe aquelas simples coisas da vida que fazem com que você se sinta mais forte, feliz, tranquilo e com uma paz fora do comum? Assim me sinto quando ouço Loreena McKennitt.

Um show que gostaria de presenciar antes de morrer.


Foi em Morden, uma pequena comunidade da planície em Manitoba, no Canadá, que Loreena McKennitt, nascida no dia 17 de fevereiro de 1957, cresceu e foi criada pela mãe, Irene, uma enfermeira, e pelo pai, Jack, já falecido, que trabalhava como negociante de gado.

As origens da população de Morden podem ser encontradas basicamente em quatro regiões européias: Irlanda, Escócia, Alemanha e Islândia. Sendo essa uma comunidade muito simples, na qual todos descendiam de imigrantes, e a maior preocupação era com um trabalho que garantisse a sobrevivência.

"A experiência cultural geral era um tanto limitada", segundo palavras da própria Loreena. Mesmo tempo muitos antepassados de origem irlandesa, pouco teve ela de formação celta, seja musical ou mesmo da arte de contar histórias.




"Eu cresci como uma menina levada.", confessa Loreena, "Eu costumava bater nos garotos quando me causavam problemas. Não cresci sentindo-me intimidada por meninos, então ao tomar iniciativas nunca fui tímida.

" Portanto, não deixe-se enganar por uma voz suave. Ainda quando menina, ela destacou-se como a dançarina escocesa em sua cidade natal. As primeiras atividades musicais de Loreena foram centradas em lições de piano e aulas de canto com a professora e amiga Olga Friesen, ainda em Morden.


Loreena assim como muitas crianças demonstra na infância um grande interesse por música. Foi então que Loreena iniciou-se na formação musical, Loreena estudou piano clássico por 10 anos e canto durante 5 anos.

Ela cantou também no coro infantil da cidade e tocou órgão na United Church of Canada, igreja freqüentada por ela. Depois Loreena, com doze anos, mudou-se para Winnipeg, capital de Manitoba, onde ela envolveu-se com a cena "folk" [popular, folclórica] e foi tomando maior conhecimento com a tradição da música céltica através de gravações e discos de artistas como: Planxty, Steeleye Span e Alan Stivell. Este último foi o motivo para que Loreena aprendesse a tocar harpa.
Logo ela passaria a ser conhecida como uma artista "folk" local e faria apresentações na cena da região, bem como no Winnipeg Folk Festival.


Em meados da década de setenta, Loreena já estava envolvida em outras áreas musicais que não apenas o "folk". Ela apresentou-se na cena teatral e musical local (no teatro infanto-juvenil, em produções no estilo Broadway e em uma produção de Winnipeg para My Fair Lady), também cantou em festas particulares e apareceu em pelo menos um comercial de televisão.

A educação musical dela, nesse período, incluía estudos na Manitoba School for Theatre and Allied Arts. Nessa época, Loreena entrou na universidade, em um programa de agricultura, com a intenção de eventualmente tornar-se uma veterinária, mas interrompeu os estudos para aproveitar as oportunidades musicais que surgiam.

Desnecessário dizer que não foi sempre assim. Tal como muitas crianças, Loreena demonstrou um obvio interesse pela musica. Foi então que se iniciou o seu treino formal, apesar de a certa altura querer ser veterinária quando crescesse. Não é uma ocupação fora do comum para uma filha de um comerciante de gado em Morden, Manitoba. Mas o amor pela musica foi mais forte do que a criação de animais. Cedo ela começou a aprender musica. Loreena estudou piano clássico por 10 anos e canto durante cinco anos. Ela cantou em corais, apresentou-se em clubes locais de musica folk e espetáculos musicais da região nos anos 70. No início dos anos 80, Loreena mudou-se para Stratford, Ontario, onde trabalhou como compositora, atriz e cantora no Festival Shakespeareano do Canadá. Não iria demorar muito para que ela partisse rumo a Toronto. Com a harpa debaixo do braço, os cabelos vermelhos soltos caindo pelos ombros, Loreena era uma figura e tanto. Chegou a representar o Canadá em apresentações dentro e fora do país, escreveu trilhas sonoras para filmes (tema de Leolo, de Jean-Claude Lauzon) e tocou em festivais. Isto até 1985, quando ela lança seu primeiro disco.




"Fui apresentada à música celta em um "folk club" em Winnipeg no fim dos anos 70. Muitos membros do clube vieram da Irlanda e da Inglaterra e através deles, eu aprendi muito sobre o repertório tradicional.

Também, a maneira como a música era tocada me impressionou. O clube era um local muito casual, todos tinham sua vez de tocar canções e as pessoas podiam ocupar o palco e tocar.", conta-nos Loreena em uma entrevista para o livro "Celtic Women in Music: A Celebration of Beauty and Sovereignty [Mulheres celtas na Música: uma celebração de beleza e soberania]", de Mairéid Sullivan. Em 1977/78, Loreena competiu no primeiro "Du Maurier Search For Talent", um concurso que procurava novos talentos.


Mil e quinhentas pessoas de todo o Canadá foram ouvidas para a disputa até que sobrassem quinze. Esses semifinalistas receberam um prêmio de 2 mil dólares canadenses cada e apresentaram-se em uma série de programas especiais da rede CBC, na qual cada um pôde mostrar seus talentos.
Foram, então, selecionados seis finalistas por votos dos telespectadores e de juizes que representavam a comunidade artística. Loreena foi escolhida por uma cena de My Fair Lady, que impressionou a todos e resultou na classificação dela.

Cada um dos seis finalistas recebeu 5 mil dólares e teve a chance de um trabalho futuro em produções da CBC. Ainda no ano de 1978, ela representou seu país na UNESCO em Paris e posteriormente, em 1985, na Expo do Japão.

A década de 80 trás novos ares para Loreena, que muda-se para Stratford, na província canadense de Ontário, em 1981. Cidade essa que é sede do famoso Shakespeare Festival do Canadá. Entre as produções com as quais ela estava envolvida, Loreena participou do coro na produção de HMS Pinafore, ainda no ano de 1981.




Ela também interpretou Ceres, em 1982, na peça "A tempestade", de William Shakespeare; compôs ainda a música para a produção de "Blake", de 1983, nesta peça que é um retrato da vida e obra do poeta William Blake. Aliás, a canção "Lullaby", do álbum "Elemental", é uma regravação de um tema original dessa peça.

E foi em 1983 que Loreena adquiriu sua primeira harpa celta. Ela estava passando férias em Londres quando ficou adoentada, então, enquanto recuperava-se, uns amigos que já sabiam o quanto ela desejava o instrumento disseram-lhe que em frente ao centro clínico havia uma loja que estava vendendo justamente a harpa que ela queria. Logo ao sair do hospital, Loreena foi até a loja e comprou o instrumento, de segunda mão, por 250 libras esterlinas.

Da Inglaterra ela foi para a Irlanda, onde aprendeu canções e histórias tradicionais. Loreena foi aprendendo mais sobre a cultura daquele povo ao coletar livros, discos, relatos dos habitantes locais.

Os melhores resultados vieram de pequenas aldeias, nas quais os idosos ensinavam-lhe antigas canções e poemas. De volta a Stratford, em 1984, ela compôs a música para a produção "Os dois cavalheiros de Verona", na qual ela também atuou como atriz. As habilidades de Loreena como compositora foram valorizadas com um breve estágio na Royal Shakespeare Company, em 1985, na cidade inglesa de Stratford-on-Avon, local de nascimento do Bardo.





Lá ela estudou com Guy Wolfendon. Já na última primavera -- do hemisfério norte -- de 2001, Loreena teve outro trabalho apresentado no festival. Ela foi a compositora da trilha sonora da produção de Richard Monette para "O mercador de Veneza".

Durante esse período, Loreena esteve envolvida em diversos projetos que não envolviam o Festival . Um deles era a composição da partitura para os filmes canadenses "Bayo", de 1984, que rendeu a canção "Carrighfergus" -- também encontrada no álbum "Elemental" -- e "Heaven on Earth" (1986), mas ela também foi diretora musical e atriz da produção "Lilly at the Blyth", no Festival de Verão de Ontário, em 1986.

Loreena trabalhou ainda como compositora e atriz, em 1988, em "St. Stephen's Green" no Abbey Theatre em Dublin, além de ocupar-se como diretora musical, e mais uma vez atriz, em "Kidnapped" para o Toronto Young People's Theatre, no ano de 1989. Loreena esteve, ainda, envolvida em várias produções para o "National Film Board of Canada".

Entre todos esses trabalhos, ela ainda apresentava-se de uma costa a outra do Canadá em festivais "folk", concertos e atuações beneficientes. Foi então que Loreena McKennitt começou sua carreira artística no mercado fonográfico.


No ano de 1985, Loreena pediu um empréstimo aos pais e produziu "Elemental", seu primeiro álbum, rodeada por seus cães e gatos, além de uma penca de instrumentos. "Elemental" na verdade não era um LP, muito menos um CD, mas uma fita cassete, que foi lançada pela Quinlan Road, seu próprio selo, que ganhou esse nome da estrada de interior que passava ao lado da fazenda em que ela morava, em Stratford.

A inspiração para essa ousada empreitada veio do livro "How To Make Your Own Recording" [Como fazer seus próprios discos], de Diane Rappaport, no qual a autora fala da necessidade de fazer o trabalho por si mesmo ( ou a famosa expressão inglesa: "do it yourself").

Uma vez produzido, Loreena tratou de promover o álbum com vendas pelo correio, nos concertos, distribuindo em lugares como o Toronto's St. Lawrence Market e vendendo cópias em lugares afins com a música dela -- inclui-se aí lojas de discos, livravias e cafés. Foram dias difíceis e de árduo trabalho para Loreena, que colocava sua harpa e suas fitas cassetes no carro e partia de cidade a cidade procurando lugares para se apresentar.




Outra providência bem-sucedida foi criar um "mailing list", ou um catálogo postal, com informações sobre as pessoas interessadas em música céltica. Essa atitude manteve Loreena em contato com essas pessoas, o que certamente foi uma maneira de fazer um "marketing" eficiente e muito mais barato. 

Muito do trabalho de Loreena, durante esse período, foi divulgado pela propaganda boca a boca. Isso funcionou tão bem, com tanto sucesso, que por 1990, ela já tinha vendido mais de 100 mil cópias de seus discos de maneira independente.
O sucesso de "Elemental" propiciou o pagamento dos custos de seus dois próximos trabalhos: "To Drive The Cold Winter Away", de 1987 e "Parallel Dreams", lançado em 1989. Vale a lembrança de que esses dois discos foram produzidos por Loreena da mesma maneira que o primeiro.

Com esse sucesso emergente, a mídia canadense começou a notar o trabalho de Loreena e isso deu-se através de artigos em jornais, além de reportagens em rádio e televisão.

Talvez a melhor oportunidade, até então, de Loreena na mídia tenha sido no canal televisivo CBC, no programa "Summer Festival" apresentado por Adrienne Clarkson, em 1988. Nessa ocasião, durante meia-hora, Loreena apresentou-se e deu uma entrevista no quadro "Breaking the Silence", que acabaria dando nome a uma canção do álbum "Parallel Dreams".


Ao apagar das luzes da década de 80, ela já excursionava pelo Canadá apresentando-se para grandes platéias e locais lotados.

Performances para além das fronteiras canadenses começavam a entrar na agenda da artista. Esses acontecimentos acabaram por despertar uma maior atenção da mídia, o que culminaria com um pioneiro acordo de distribuição de CD's com a Warner Music Canada.

O primeiro álbum lançado depois desse contrato foi "The Visit", que levou o nome Loreena McKennitt mais longe.

Este quarto álbum teve êxito internacional e acabou por conquistar uma sucessão de discos de ouro e platina. "The Mask And Mirror" foi lançado em 1994 e superou seu antecessor em vendagens. Nenhum destes, no entanto, teve a mesma repercussão de "The Book Of Secrets", um sucesso mundial. A hoje premiada cantora e compositora Loreena McKennitt já vendeu quase dez milhões de discos no mundo inteiro. O Real World Studios, de Peter Gabriel em Wiltshire, foi o estúdio em que "The Book Of Secrets" foi gravado.


Desse álbum saiu o single "The Mummers' Dance", triunfo da artista que brilhou entre os vinte primeiros da Billboard, transformando-se em um videoclipe de grande sucesso na MTV e cuja boa repercussão no formato misto no rádio dos Estados Unidos se repetiu por muitos outros países do mundo. O álbum contabilizou mais de quatro milhões de cópias vendidas pelos cinco continentes.

"The Book Of Secrets" chegou ao primeiro lugar na parada internacional de sucessos Billboard World Music antes de se tornar o álbum "crossover" de maior êxito daquela parada em todos os tempos. Para complementar a trajetória de sucesso dessa obra, deve-se mencionar que ela atingiu imediatamente o primeiro lugar nas paradas da Grécia e da Turquia, bem como conquistou o terceiro posto no Canadá e manteve-se entre os dez primeiros em países como Itália, Nova Zelândia e Alemanha, além de aparecer entre os vinte primeiros nos Estados Unidos, Espanha e França.

Em duas oportunidades, Loreena McKennitt recebeu o Juno, o prêmio anual do setor da música do Canadá. Outro prêmio entregue a ela foi o International Achievement Award da Billboard.

A bem sucedida carreira da artista conta ainda com a conquista de discos de ouro, platina e multi-platina nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Brasil, França, Espanha, Itália, Grécia e Turquia.

A ligação de Loreena com a arte mostra-se grande não apenas com o teatro, mas com o cinema também. Ela compôs músicas para muitos filmes e várias canções de autoria dela podem ser encontradas nas trilhas sonoras de muitos outros.
As composições de Loreena estão na série "Woman And Spirituality", do órgão oficial do cinema canadense, o National Film Board of Canadá, e em "Léolo", do diretor Jean-Claude Lauzon. Entre as produções de Hollywood que contam com composições dela estão: Jade, Highlander III, The Holy Man, Soldier e The Santa Clause.
Recentemente Loreena gravou uma versão espanhola de "Dante's Prayer" para "A House With A View Of The Sea", uma co-produção canadense-venezuelana com lançada em 2001. Pode-se encontrar o trabalho da artista, também, em séries para a televisão como: "Northern Exposure", "Due South", "Legacy", "EZ Streets", "Big Kevin Little Kevin" e "Strange Luck".

No ano de 1997, o documentário "No Journey's End", de trinta minutos, sobre Loreena e sua música foi ao ar na televisão com ampla veiculação nos Estados Unidos e em outros Países.


Loreena não é casada e não tem filhos, entretanto ela tem dois cães, chamados Julius and Maeve, bem como um casal de gatos, Isis and Minnaloushe. Sabe-se que ela teve pelo menos três namorados em sua vida.

Um deles mudou-se com ela de Winnipeg para Stratford. Outro relacionamento foi com o ator Cedric Smith, que participou dos dois primeiros álbuns de Loreena. O término desse envolvimento deu-se na mesma época em que "Elemental" foi terminado.

Durante um período sem relações amorosas, Loreena declarou: "não estou preparada para sacrificar meu ser engajado no mundo por apenas um relacionamento." Depois ela conheceu Ronald Douglas Rees, de quem foi noiva. 


Em julho de 1998, Ronald Rees, partiu para uma viagem ao pôr-do-sol a bordo de um veleiro pela Georgian Bay com seu irmão Richard e do amigo da família Gregory Cook, mas eles nunca voltaram. O que parece ser tema para um canção de celta de lamentos é a verdade.

Juntar a cultura celta a elementos da musica oriental, introduzindo um toque erudito e utilizando instrumentos folclóricos, aliados aos sons eletrônicos obtidos através de sintetizadores. Some-se a isto, vocais diafanos que remetem a eras indefinidas. A receita desta mistura é o sucesso da canadense Loreena McKennitt.

Loreena possui uma voz que ela explora sem cair nos arroubos desnecessários. Tudo é encaixado perfeitamente na estrutura musical, que ela mesma assina. Ela assina nada menos do que as composições, arranjos, produção e até a distribuição dos seus trabalhos.

Loreena estava na Inglaterra cuidando da mixagem e da produção de "Live In Paris And Toronto". Ao saber da notícia, ela voltou para o Canadá e disse ter ficado quase uma semana em pé na doca, mas infelizmente apenas o corpo do seu noivo foi encontrado.


O mais recente trabalho fonográfico de Loreena McKennitt, o álbum duplo ao vivo "Live In Paris And Toronto" gravado com sua banda no Salle Pleyel e no Massey Hall, é dedicado à memória de Ronald. A produção dessa obra, agora encontrada em lojas de música, mas anteriormente adquirível apenas na Quinlanroad.com, foi com intuito beneficente para levantar fundos destinados ao The Cook-Rees Memorial Fund For Water Search And Safety, organização sediada no Canadá, fundada por Loreena e os familiares dos irmãos Rees e de Cook após a morte dos três em conseqüência do acidente.

Perguntada se o álbum "Live In Paris And Toronto" era o encerramento de uma etapa de sua carreira, Loreena respondeu que "de certa maneira sim, afinal meu compromisso com a Warner havia chegado ao fim e decidi que devia dedicar mais tempo a minha vida pessoal. Pensei que era o momento adequado para fazer essa espécie de retrospectiva, de recapitulação."

Antes de lançar o álbum duplo ao vivo, em entrevista ao CANOE , site de variedades do Canadá, Loreena disse não ter planos para gravar ou se apresentar novamente, pois seus sentimentos a respeito de sua música estão, ainda, limitando-a demais com memórias e emoções que podem ser insuperáveis. A vulnerabilidade emocional de Loreena, que liga os fãs à sua música é o que está mantendo-a distante de sua arte.

Desde então Loreena McKennitt não tem mais se apresentado oficialmente ao vivo e o site oficial não informa nenhuma previsão de datas para uma futura turnê.


Em julho de 2004 o Governador Geral Adrienne Clarkson condecorou Loreena com a Ordem do Canadá, a mais prestigiada ordem para civis.

Os últimos registros de apresentações de Loreena são de uma aparição na festa de casamento do ator Pierce Brosnan, na qual ela cantou "Bonny Portmore" entre outras canções e outra rápida, curta e inusitada apresentação na cafeteria do Victoria General Hospital, em Winnipeg.

Ela visitava a velha amiga Olga Friesen, internada por ocasião de uma paralizia dos membros inferiores e de um câncer. Foi com "She Moved Through the Fair", que ela começou a apresentar-se para cerca de 50 pessoas, entre pacientes e funcionários do hospital, que presenciaram esse fato marcante.
Doações para a fundação podem ser enviadas para: The Cook-Rees Memorial Fund (PO Box 21030, Stratford, Ont., N5A 7VA; ou ligando para o Canadá no telefone 1-519-273-5522).


Entrevista cedida por Loreena McKennitt 1998.
EA - Você nasceu e cresceu nas pradarias canadenses, numa comunidade de imigrantes com raízes na Irlanda, Escócia, Alemanha e Islandia. Como isso colaborou na característica transcultural e ecológica observada em seu trabalho?

LM - Creio que os cenários naturais e as lembranças de infancia podem ter servido como ponto de apoio para o gosto que eu nutri por um modo transcultural de vida. E o Canadá é tão multicultural hoje! Eu me lembro, por exemplo, de estar em meio a reuniões de pessoas, música, comidas diferentes... Até mesmo num bazar de igreja podíamos encontrar pratos islandeses, alemães, irlandeses. Foi importante, como compositora, sentir esse tipo de coisa por mim mesma - o fato de que o mundo é bem mais do que apenas um grupo cultural.

EA - Você define sua música como um tipo de "world music", onde se misturam influências de vários países. Mas muitas pessoas ainda tendem a encaixa-la no vago rótulo "New age". Como você define "new age", "world music" e as diferenças entre elas?


LM - Antes de mais nada, penso que quem deseja iniciar uma discussão a esse respeito poderia dar uma olhada na história da categorização, da classificação da música. Para mim, essa terminologia desenvolveu-se em função da indústria, e não necessariamente a partir dos ouvintes. As pessoas na rua não se importam realmente sobre como a música que ouvem é rotulada; importa-lhes apenas sentir se a consideram interessante ou não.

Creio que a categorização ocorreu como um instrumento pragmático para ajudar as pessoas a localizar-se numa loja de discos, quando elas não sabem nomes de artistas ou de gravadoras. Nesse sentido, ela apresenta um auxílio positivo. Mas penso também que a categorização é um recurso infeliz.

Como definir a categoria de musica new age? Eu diria que é o tipo de musica que tem a capacidade de atuar, em variados níveis - desde o heavy metal até os cantos gregorianos, a musica clássica ou o jazz -, no sentido de tocar as emoções dos ouvintes e causar algo diferente em seu interior. Quando você está apreciando uma musica new age, notará que essa musica proporciona fundamentalmente uma atmosfera; ela não está querendo desafiá-lo, não deseja que você se concentre em algum aspecto em particular, não quer atrair sua mente neste sentido. Reconheço que há diferentes tipos de atmosfera em minha musica, mas penso que existem várias outras coisas nela além de atmosferas.

A world music implica a fusão de influências de diversas culturas ao redor do globo. Por essa condição, ela é a que mais se aproxima da musica que faço, porque eu realmente uso muito dessas influências. Mesmo assim, acredito que na minha musica existem assuntos e temas que não aparecem em absoluto na new age, e são esporadicamente encontrados na world music, considerando esta última no sentido de recorrência a um arquivo da tradição musical; o que faço tampouco é recorrer simplesmente a esse arquivo - há, no meu trabalho, um processo derivativo em vários níveis.

Portanto, minha musica não se encaixa exatamente nessas definições, e isso se reflete claramente nas pessoas que contatam meu escritório. Vemos indivíduos de diversas faixas etárias, profissões - professores de arqueologia, geólogos, antropólogos, motoristas de caminhão, por exemplo -, membros de diferentes grupos religiosos... Enfim, pessoas com os mais variados gostos musicais. Fui entrevistada recentemente por uma revista de heavy metal... Portanto, essas pessoas não estão na realidade interessadas em rótulos; mas numa musica que se conecte a elas.
EA - Você considera que a musica do futuro tende a ser uma miscigenação cada vez maior de culturas e estilos?

LM - Imagino que sim, porque com uma maior afluência mais e mais pessoas são capazes de viajar, comprar computadores, televisões, etc., e a partir da reunião de tudo isso o mundo está ficando cada vez menor e estamos ficando expostos a outras culturas de maneira mais ampla. Penso que alguém que atua criativamente também passa pelo mesmo processo.

EA - Como você explica que manifestações ligadas a cultura celtica, como a musica que você faz ou o ressurgimento da religião antiga , estejam obtendo tanta repercussão hoje em dia? O que a cultura céltica tem a dizer para o ser humano atual?

LM - Ha muitas outras pessoas que entendem bem mais desse assunto do que eu. Tentei estudar a história e a musica dos celtas e aprender o máximo que pude, mas não me considero em absoluto uma autoridade no tema. Antes de ir a esposição de Veneza, de 1991, que foi a maior reunião de artefatos celtas de todos os tempos, eu pensava que os celtas eram simplesmente um povo que viera da Irlanda, Escócia, País de Gales e Bretanha.Lá, vendo obras provenientes de pontos tão afastados quanto a Hungria, a Ucrânia, a Espanha e a Asia Menor, eu fiquei maravilhada. Foi como pensar que a família são apenas os pais, irmãos e irmãs, para então descobrir que existe todo um segmento histórico que constitui um prolongamento da própria pessoa.

Musicalmente falando, existe algo de muito estável na musica céltica, que indica essa resurgência a qual estamos testemunhando agora. A musica céltica trouxe um contexto de sons variados, e toca as pessoas de uma forma pouco conhecida e muito mais profunda. Este é um assunto muito complexo. Quando se começa a estudar outros aspectos da cultura céltica, percebe-se que, como ocorria em outras culturas primitivas, eles eram intimamente envolvidos com o mundo natural; seu tino dependia dessa relação com o mundo natural. Hoje em dia, essa musica leva muitas pessoas que perderam seu contato com a natureza a refazer essa ligação. De qualquer modo, é difícil para uma mente contemporânea entender o que uma mente antiga, como a dos celtas, tencionava ao escrever seus textos, produzir sua musica ou suas obras de arte. Ao tentar fazer isso, estamos, na verdade, dando interpretações contemporâneas a situações dos antigos, e não podemos entender tudo isso por completo.

EA - Seu ponto de partida vem sendo a tradição céltica, mas ela a tem levado a terras distantes, como Portugal ou Turquia. Essa tradição continuará no centro de suas criações ou você está expandindo suas fontes de inspiração com outras tradições não relacionadas aos celtas?

LM - Essa expansão, essa penetração em outras àreas, já está acontecendo. eu percorro outros caminhos tal qual Marco Polo fez em sua época, viajando por lugares, encontrando pessoas. A faixa "Marco Polo", de meu mais recente álbum, The Book of Secrets, evoca exatamente este sentido de viagem, o contato com maravilhas, sons e visões diferentes. Assim, creio que já estou me esforçando e respondendo criativamente as àreas periféricas do passado cultural celta. Mas a raiz do meu trabalho continua sendo a cultura céltica. A musica desse povo me atraiu de forma quase instintiva, e se transformou num veículo de pesquisa da história, de uma forma que eu jamais poderia ter imaginado. Quando eu ouço musica céltica, ou vou a Irlanda - o que acontece tres ou quatro vezes por ano -, sinto instintivamente que estou voltando para casa. E preciso ficar atenta a isso: o enorme fascínio e interesse que tenho por outras culturas não significa necessariamente que seria capaz de recriar suas formas musicais de maneira bem sucedida. É muito importante ampliar as fronteiras criativas, mas penso que temos também de ser realistas sobre o que fazemos melhor e respeitar os próprios limites. Para o futuro, penso que ainda existe muito o que fazer e aprender em relação aos celtas, sua contemporaneidade, como sua influência atuou sobre as pessoas com origens célticas, como algumas populações. Mas, assim como fiz em The Book of Secrets, não me concentrarei nisso.

EA - Sua musica também toca muito no tema da religião e da busca religiosa. Como você analisa essa faceta de seu trabalho? Acredita que este é um dos fatores do sucesso que vem alcançando?

LM - Pelo fato de minha musica obter sucesso em tantos países que não falam o ingles, nos quais as pessoas frequentemente mergulham nessas composições apenas pelo seu lado sonoro, sem entender o que está sendo cantado, creio que existe algo de atrativo nelas, além das letras - talvez os arranjos, talvez a textura da minha voz, talvez uma capacidade emocional de fazer com que esses ouvintes se conectem ao que estou lhes apresentando. Creio que esta é a razão primária de haver interesse pelo meu trabalho. Não penso que as pessoas se sintam atraídas primeiramente pela forma com que abordo temas religiosos os espirituais em minhas composições. Mas há várias pessoas que se interessam mais pelo nível oral do meu trabalho, e muitas delas percebem a capacidade da musica de mexer conosco de uma maneira espiritual; nesse sentido, eu uso as letras como plataforma para discutir tais assuntos.


Seguem outros vídeos como uma amostra de sua música.








" Se eu tivesse que descrever a voz da Grande Deusa eu diria sem hesitar que Loreena a possui ."




Guardião Marcos

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